A morte saiu à rua num dia assim Naquele lugar sem nome para qualquer fim Uma gota rubra sobre a calçada cai E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial E a foice duma ceifeira de Portugal E o som da bigorna como um clarim do céu Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual Só olho por olho e dente por dente vale À lei assassina, à morte que te matou Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim Que um dia rirá melhor quem rirá por fim Na curva da estrada à covas feitas no chão E em todas florirão rosas de uma nação
1 comentário:
Geronimo Lobo
disse...
Se me permites, o pintor era o José Dias Coelho. Há, em Alcântara, ao Calvário, uma rua com o seu nome. Era aí que morava. A PIDE entrou a meio da noite na sua casa e ali mesmo o assassinou. Na janela havia um beiral onde estavam sempre flores (cravos vermelhos)e uma placa que recordava tão triste acontecimento. Já não passo por lá há algum tempo, acho que já ninguém põe lá flores, mas haverá sempre, tal como o ZECA o fez, quem recorde esse tempo, para que nunca mais volte. Um abraço.
1 comentário:
Se me permites, o pintor era o José Dias Coelho. Há, em Alcântara, ao Calvário, uma rua com o seu nome. Era aí que morava. A PIDE entrou a meio da noite na sua casa e ali mesmo o assassinou. Na janela havia um beiral onde estavam sempre flores (cravos vermelhos)e uma placa que recordava tão triste acontecimento. Já não passo por lá há algum tempo, acho que já ninguém põe lá flores, mas haverá sempre, tal como o ZECA o fez, quem recorde esse tempo, para que nunca mais volte. Um abraço.
Enviar um comentário