quarta-feira, 25 de novembro de 2009

E depois...


Existe água na Lua. Os senhores da construção civil já começaram a fazer algumas contas e se lhes derem hipótese de umas licenças para os seus projectos imobiliários, podem crer que mais uns anos e a especulação chega lá. Impressiona saber, que quanto mais informação obtemos, mais pensamos em descobrir vias de nos pirarmos daqui para fora, para quando estragarmos isto tudo. Qualquer dia deixamos de ter soluções e os "donos do Mundo" continuam a simular conferências que só servem para combinar ainda mais negociatas para estragar o resto.
Quem acredita que daqui por duas semanas em Copenhaga, se irá chegar a algum a acordo?- Resposta, só mesmo os mais hiper-optimistas!- A Comunidade Europeia já se reuniu antes do evento e prepara estratégias para convencer potências como a China, os EUA e a India a pelo menos comparecerem no evento. A desculpa da crise serve para estes países, passarem ao largo e fecharem os olhos ás emissões de dióxido de carbono, garantem que a sustentabilidade das suas economias não se pode dar ao luxo de tomarem medidas quanto á redução das suas fontes de gases poluentes. Yvo de Boer, secretário Geral das Nações Unidas, instituição que já passou por melhores dias, vêm afirmar que depois de Quioto, esta data será histórica em termos de resultados positivos. Esta opinião reflecte bem a que distância este senhor se encontra da realidade.
Meus senhores, o melhor será começarmos já a fechar alguns contratos promessa com uma qualquer Teixeira Duarte ou Mota Engil para assegurarmos um espaçozito qualquer, algures por esse Universo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Plano Inclinado


Passam 20 anos sobre uma data histórica muito importante, o derrube do muro de Berlim. Seria bom reflectirmos sobre a possibilidade de derrubarmos também nós, alguns "muros" que não nos deixam evoluir após quase 40 anos de restauração da democracia. Geralmente parece que estamos sempre a pregar junto a um qualquer outro "Muro das Lamentações", não conseguimos agir mas vamos carpindo as nossas mágoas perante um destino cada vez mais nebuloso. De vez em quando, lá aparece alguém que nos desperta e nos prega um sermão, mas tudo fica logo a seguir na mesma letargia contagiante. Vamos definhando na nossa dívida externa, sem capacidade para interrogar os senhores governantes, vamos verificando que as reformas na educação, saúde, despesa pública, justiça, etc... vão ficando na gaveta por falta de coragem, vamos sendo ultrapassados por países que ainda à pouco tempo estavam a milhas de distancia, vamos sendo informados de casos de corrupção em instituições públicas e não só, vamos relegando para segundo plano, os números do desemprego, que cada vez são mais assustadores!- São todos estes muros que não conseguimos derrubar.
Tenho que voltar a falar de um português que me continua a surpreender, Medina Carreira num programa que a Sic Notícias têm tido a coragem de colocar no ar todas as semanas.Chama-se "Plano Inclinado" e não acredito que esteja muito tempo por lá, porque dizem-se verdades muito incómodas, questiona-se o poder de uma forma trnsparente e lúcida, conseguem ser diferentes acima de tudo.Apetece-me dizer "...and now, for something completely different..." Aproveitem enquanto é tempo, porque alguma admnistração distraida ou direcção de programas pronta a receber ordens não sei de aonde, vai colocar um ponto final neste excelente programa de Mário Crespo.
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/plano-inclinado/2009/11/o-portugal-real---que-nao-e-necessariamente-o-portugal-de-que-se-fala09-11-2009-192150.htm

sábado, 7 de novembro de 2009

Todos os Nomes

Saramago um dia escreveu um livro que se chamava "Todos os Nomes" que na minha opinião é um dos melhores da sua obra.
Eu tenho uma teoria para este fenómeno da abertura de processos judiciais a torto e a direito. Existe um criativo lá na investigação criminal da Judiciária que está encarregue de inventar um nome para os processos que vão aparecendo. Existem uns tantos que são demasiado óbvios, como é o caso da "Casa Pia",do "Freeport"ou do "BPN".Mas já exige alguma sabedoria para criar nomes como "Furacão"; "Apito Dourado" e agora "Face Oculta". Isto faz-me lembrar as tempestades nos Estados Unidos. Quando se começam a formar no Atlântico, já um cérebro propõe um nome para baptizar o dito cujo. Outra semelhança quase inacreditável, tal como a maior parte dos ciclones, eles aparecem , faz-se um grande barulho, mas logo se desfazem e não se ouve falar mais deles.
Já alguma vez se ouviu falar, ou foi capa de jornal nos ultimos tempos um mega processo que tenha chegado ao fim e que se apresentassem conclusões?- Não me lembro. E mesmo aqueles que correm mais ou menos rápidos e se chega a uma conclusão como o que envolvia o Isaltino Morais, neste momento decorrem apreciações ao recurso interposto, a que se seguirão outros recursos até que tudo se esfume na poeira dos tempos.
Portanto, desde que Armando Vara tenha um pé de meia( deve ter porque foi muitas vezes administrador de varias instituições bancárias, nos últimos anos) para apresentar recursos e um circulo de amigos como o engenheirinho, não têm evidentemente nada que recear pelo facto de ter sido constituído arguido.
A justiça em Portugal, no que se refere a fraudes que envolvam portuguesinhos de uma casta superior, acho que estamos conversados. O mais importante é arranjarmos um nome com "glamour", para passarmos de mão em mão nas mais diversas situações de vida. Imaginem, como é fácil presenciar um diálogo numa qualquer mercearia de uma vila escondida..." Então compadre , já ouviu falar agora da "Face Oculta?"
- ..."Òh, compadre deixe lá isso, eles acabam sempre bem!..."