sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Os iluminados.

Nada melhor que terminarmos o ano fazendo uma retrospectiva das frases, que alguns portuguesinhos, tiveram a bondade de proferir, durante 2013. Como vamos entrar no ano de todos os milagres, talvez tenhamos em 2014, algo idêntico, no que diz respeito a pessoas que acabaram de ter uma diarreia...mental e por mero acaso, até tinham um microfone à frente. Eis aqui, a galeria dos iluminados:

  • Fernando Ulrich. "Se os sem-abrigo aguentam, porquê que nós não aguentamos?"
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  • João César das Neves  "...aumentar o salário mínimo vai estragar a vida aos pobres..."
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  •  Paulo Portas.  "Irrevogável!"
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  • Isabel Jonet.  "...não podemos comer bifes todos os dias..."
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  • Margarida Rebelo Pinto   "...todos temos que aprender a ganhar menos..."


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Asimbonanga.




Depois de toda  a poeira assentar, depois de muitas homenagens e depois do maior estadista do século passado estar a repousar na sua aldeia natal, eu não podia deixar de registar neste blogue, a minha admiração por este Senhor. Já tudo se disse, já tudo se escreveu sobre a vida de Mandela, mas houve um momento muito especial, na semana transacta, que eu apreciei especialmente. Um grupo do Soweto Gospel Choir, que através de uma "flash mob" muito original num supermercado da cadeia "Woolworths", captaram a atenção das pessoas que tiveram a sorte de assistir a esta singela homenagem a Madiba, o "reconciliador". Por vezes ou talvez, na maioria das vezes, os tributos mais simples são aqueles que mais nos tocam e são dignos de perpetuar na nossa memória um vulto único, num continente muito difícil.
Chorus:Chorus:
Asimbonanga (we have not seen him)Asimbonanga (não vimos ele)
Asimbonang' umandela thina (we have not seen mandela)Umandela Asimbonang 'thina (não vimos mandela)
Laph'ekhon (in the place where he is)Laph'ekhon (no lugar onde ele está)
Laph'ehleli khona in the place where he is kept)Laph'ehleli Khona no lugar onde ele é mantido)
Oh the sea is cold and the sky is greyOh o mar é frio eo céu é cinza
Look across the island into the bayOlhe em toda a ilha na baía
We are all islands till comes the dayEstamos todas as ilhas até que chega o dia
We cross the burning waterAtravessamos a água ardente
ChorusCoro
A seagull wings across the seaA asas de gaivota pelo mar
Broken silence is what I dreamSilêncio quebrado é o que eu sonho
Who has the words to close the distanceQuem tem as palavras para diminuir a distância
Between you and meEntre você e eu
ChorusCoro
Steve biko, victoria mxengeSteve Biko, victoria mxenge
Neil aggettNeil Aggett
AsimbonangaAsimbonanga
Asimbonang 'umfowethu thina (we have not seen our brother)Umfowethu Asimbonang 'thina (não vimos nosso irmão)
Laph'ekhona (in the place where he is)Laph'ekhona (no lugar onde ele está)
Laph'wafela khona (in the place where he died)Laph'wafela Khona (no lugar onde ele morreu)
Hey wena (hey you!)Hey wena (hey você!)
Hey wena nawe (hey you and you as well)Hey wena nawe (hey você e você também)
Siyofika nini la' siyakhona (when will we arrive at our destination)Siyakhona Siyofika nini la "(quando é que vamos chegar ao nosso destino)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um dia lá chegaremos...

                              Um dia, lá chegaremos...

     -Vai-se já embora? - perguntou o velho que também já se levantara. - É seguramente a minha conversa que o afasta. Lamento imenso.Tinha ainda muitas coisas para lhe dizer. O senhor é da Misericórdia ou da Junta de Freguesia, não é?
   
 -Não, já lhe disse duas vezes que sou da Segurança Social. - disse o técnico especializado, que já estava com uma dor de cabeça com o esforço que fizera para o escutar.
     Apesar desta confirmação, o velho recapitulou mais uma vez o que dissera.
     O técnico num movimento resoluto colocou a mão no casaco, sem chegar a decidir-se a enfiar no bolso. Uma forma de lhe demonstrar, que chegou a hora de se ir embora. O ar livre estava ali mesmo a dois passos e ansiava virar as costas.
     - O senhor compreendeu o fundo do problema - disse o velho rapidamente.
     - Sem dúvida que sim, mas o senhor recusa-se a tomar uma decisão respeitante às minhas propostas.


Entre as vantagens e os inconvenientes, existe uma diferença colossal. Eu não o quero pressionar, mas neste caso, também não se deve perder muito tempo. Voltarei em breve - disse o técnico e, subitamente resolvido, estendeu a mão ao velho, de seguida precipitou-se para a porta.
     -Deverá cumprir a sua palavra - disse o velho que não o acompanhara -, de outro modo esta visita não teria qualquer sentido.
     - Tenho muitos casos neste bairro, irá levar o seu tempo, mas tenho a certeza de que continuar à  espera do seu sobrinho, não será a melhor solução para si! - respondeu secamente o técnico, já com os raios de sol a ofuscar-lhe os olhos e ao mesmo tempo pensou que quase esquecera, estava um belo dia!

      O velho ainda de costas, baixou a guarda e num tom de completa resignação, lançou para o ar um último desabafo.
      - Um dia também lá chegarás...- e uma lágrima recorrente, correu-lhe pela face.
      - Peço desculpa, não percebi? - disse o técnico, mais uma vez aproximando-se da sombra e um pouco confuso.
      - Deixe lá... Boa tarde...com sua licença. - Bateu a porta e acto contínuo, sentou-se mais uma vez naquele sofá coçado. Levantou o olhar pesaroso,  admirou mais uma vez as "testemunhas" naquela parede, transformadas em fotografias de outras épocas. Parece que foi ontem, mas todos partiram. Todos, raios me partam!!


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Um deserto de ideias!

Os senhores do governo, conseguem explicar, qual a vantagem de esvaziar o interior do País?
Todos os dias, temos notícias de que uma determinada repartição das finanças irá fechar portas em Idanha-à-Nova, depois são  os serviços do Centro de Saúde de Alcoutim que vão ser transferidos para a cidade mais próxima, a seguir é o posto dos Correios que decidiram encerrar em Vila Velha de Ródão, o tribunal que fecha em Oleiros, a maternidade de Elvas, que agora é em ...Badajoz, etc... A este quadro, junta-se o eterno problema da falta de empregos, do envelhecimento galopante das populações, o clima mais agreste, o declínio abrupto da taxa de  natalidade, isto só para enumerar algumas das razões deste fenómeno preocupante. Se nesta imagem de incentivos a uma  demografia cada vez mais desequilibrada, conseguirmos encontrar, uma ou outra iniciativa, para fixar as populações no interior, a isso se deve, muitas vezes a estudos levados a cabo por Universidades locais, que depois tratam de chamar a atenção dos decisores costumeiros, os agentes políticos. Geralmente,as conclusões destes trabalhos são arrumados nas gavetas.

Quantas vezes, temos oportunidade de visitar por alguns dias, muitos destes locais e deparamo-nos com um paradoxo absoluto. Por um lado, apreciamos naturalmente a beleza intrínseca destes lugares, mas por outro, sentimos o desolamento destas populações envelhecidas, que são deixadas à sua sorte, pelo poder central. Temos assistido, que os euros do Terreiro do Paço, já não chegam às autarquias como costumava acontecer e os subsídios da Europa, são cada vez mais escassos, portanto os edis camarários juntam a sua voz de protesto com o clamor das populações, de forma a chamarem a atenção para este drama, que muitos teimam em não escutar.  Afinal de contas, ainda existiam algumas infraestruturas que poderiam tornar a vida destas pessoas um pouco mais fácil, mas ultimamente, só quem têm muito amor à terra ou quem já não têm força de recomeçar uma vida nova, continua a ficar. Meus senhores, a verdadeira noção de tragédia humana, muitas vezes encontra-se no que significa para estas populações a frase, ter que ficar!!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sinais positivos.




Estes Sinais  de que vos falo hoje, são Sinais positivos. A rádio sempre me fascinou, aliás tenho vicio de ouvir rádio. Sou adepto convicto de todas as avançadas tecnologias que nos vão invadindo o quotidiano, mas o apego às ondas hertzianas, nunca o deixei para trás. Tirando partido dessas mesmas, novas tecnologias e através de podcast, estas crónicas da TSF, da autoria de Fernando Alves, é um dos meus eleitos. Todos os dias de manhã, este "senhor" jornalista, oferenda-nos uns minutos de puro deleite na Telefonia Sem Fios.

Estas crónicas versam variadíssimos temas da nossa sociedade, tendo um ponto comum a todas elas, um refinado critério de dados que se cruzam e produzem textos de uma qualidade inequívoca. É sempre um prazer ouvir as suas crónicas, também porque revelam uma total imparcialidade em relação aos poderes instituídos. Um valor que eu cada vez mais prezo, devido a formatação da nossa comunicação social, aonde os grandes grupos económicos, estão quase sempre ligados às administrações dos respectivos difusores de notícias.

Fernando Alves, merece a nossa atenção pelo simples facto de conseguir ser imparcial e justo na forma como trata os temas e alia esse aspecto à qualidade dos seus textos. Aqui fica o convite:
http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=3502765


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Milagre económico!?

-Milagre económico!!!

Num dia vamos para a cama com o peso da crise e da recessão às costas e no outro dia de manhã, acordamos com um milagre económico!?

A manipulação dos números passou a ser uma ocupação a tempo inteiro deste executivo. Quem tiver umas breves noções de economia, será fácil  de entender que depressa se chega do copo meio vazio ao copo meio cheio, basta observarmos um mesmo assunto sobre um prisma diferente.

Passos Coelho e seus pares acabam de verificar, que a Irlanda termina o seu período de resgate, sem necessidade nenhuma de um programa cautelar ou outra espécie de ajuda. Por outro lado, estamos a 6 meses de começar a depender de nós próprios e as perspectivas de sucesso, são cada vez mais pessimistas, porque simplesmente, ao contrário dos irlandeses, nós não temos aqui  ao lado uma potência como a Inglaterra para "amortecer"  as nossas possíveis falhas. Nós sabemos deste facto,mas temos notado,o esforço que o reputado especialista em comunicação, Paulo Portas têm envidado, para que os seus correlegionários, ponham ênfase nas declarações quanto à recuperação e aos sinais tímidos de recuperação. Pelo simples facto da Irlanda ter tido um aparente sucesso nas medidas de austeridade que impôs ao seu povo, não quer dizer que o mesmo aconteça em Portugal. São duas realidades bastante diferentes que no entanto, não lhes interessa comentar. Interessa-lhes, isso sim, salientar que não somos a Grécia!!

Entretanto a par da expectativa, quanto às decisões que irão chegar do Palácio Ratton junta-se agora a dança dos números. São muitas fontes, diferentes cálculos e todos os dias temos uma notícia de última hora para animar os vários órgãos de comunicação social. Hoje é o défice, amanhã o desemprego, depois a evolução das exportações, etc... e nisto tudo os portuguesinhos assistem confusos,  impávidos e serenos. Como sempre...

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Devaneios ortocromáticos IV.

                                                  *Casa de Gaudi- Barcelona,2011.


                                                   *Lagoa Azul -Serra de Sintra,2010


                                                        *Ciutat Vella-Barcelona, 2011

                                          * Cabo do Sardão, 2009

                                                        * Convento de Cristo- Tomar, 2009

                                           *Serra de Sintra, 2009

                                                       * Monsanto, 2011

                                                        * Ericeira, 2009

                                           * Costa da Caparica, 2007

                                             *Ruínas do Carmo- Lisboa, 2010

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Não vale a pena!

Quando o 25 de Abril chegou, eu ainda era uma criança. Eu não tinha noção de estar a viver um dia histórico, que iria mudar a minha vida para sempre. Depois, aos poucos,  fui-me apercebendo, do que seria viver neste País, durante a  ditadura?? -Teria eu capacidade e discernimento para acordar todas as manhãs e clandestinamente lutar por um amanhã, sem censuras, sem grilhetas, sem medo de dizer aquilo que me ia na alma, por um país aonde não fosse necessário...esconder-me?

-Depois desta introdução e chegados a este "doloroso" momento, começo a ter tendências para algumas comparações,  um pouco difíceis de classificar. O que será pior para Portugal, uma ditadura declarada ou uma democracia "disfarçada"?- Sim, porque contra uma ditadura, é "legitimo" que se lute por uma democracia, com os seus alicerces basilares, bem assentes na terra, como por exemplo o cumprimento escrupuloso de uma Constituição escolhida e aprovada por unanimidade! -E contra uma democracia "disfarçada", o que fazer?

Respondendo a esta questão, poderíamos por exemplo, recorrer ás inúmeras ferramentas de comunicação, que temos à mão e passar a palavra, incentivando as pessoas a virem para a rua, lutarem pelos seus direitos básicos, lutarem pela sua própria dignidade, constituírem movimentos cívicos que nos protegessem da voracidade destas novas leis...Ah!!! Desculpem, nós já fizemos isso no passado recente. Não resultou e ainda por cima apelidaram-nos de minorias. "Eles", no entanto, seguiram em frente com esta democracia do "faz de conta". Os muitos que já fizeram ouvir as suas vozes, estão agora cansados e desanimados, porque cada vez são menos. Dizem agora, alarvemente, NÃO VALE A PENA!!!

NÃO VALE A PENA, é das expressões que tenho escutado, a que mais interessa, aos senhores que todos os dias nos tiram um pouco mais da nossa dignidade. Termino, recordando aquilo que ainda hoje ouvi da boca de um músico grego, perante o assalto da polícia às instalações da televisão estatal grega, de forma a desocupar os estúdios, dos muitos trabalhadores resistentes, que ainda ali permaneciam:

..."Um famoso cantor grego, Vasilis Papakonstantinou, um dos primeiros a chegar esta manhã em solidariedade, declarava: 
"Estou tão feliz! É uma manhã maravilhosa! Finalmente posso experimentar uma nova ditadura. Durante a junta de Metaxas não era ainda nascido, durante a junta de Papadopoulos era apenas uma criança. Finalmente posso experimentar uma junta!...”

domingo, 27 de outubro de 2013

Just a perfect day.

Quero prestar aqui uma singela homenagem a um músico que eu sempre tive a maior admiração, por duas razões essenciais. Primeira, a qualidade da sua música e depois a forma como sempre soube estar na vida. Poucos, conseguem preservar a matriz da sua música, como ele o fez, durante toda sua carreira, muitas vezes apelidando-o de "pai da música alternativa".

"...Just a perfect day
    problems all left alone
    Weekenders on our own
    it´s such fun..."

Não me esqueço nunca, da sua face pintada num palco de Paris, aonde, sentado pegava no microfone, desmontando toda a solenidade de um Olympia, todo ele muito formal. Este compositor, guitarrista, cantor e  líder dos Velvet Underground, deu aqui um espectáculo memorável e tal como na sua vida, sempre calcorreou o lado mais selvagem... A sua zona de conforto, como agora se costuma dizer, era a provocação constante dos tabus implantados pela sociedade que o rodeava.

Lou Reed, is still walking on the wild side... forever!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Um herói anónimo.

Mais um episódio surreal, sobre o destino de muitos milhares de euros que o Governo tenta todos os dias, aliviar dos nossos bolsos. Só que desta vez, no meio da embrulhada, existe um "herói!"

Tudo têm o seu inicio, numa inauguração do Hospital Pediátrico de Coimbra em 2011. Nessa obra, foram gastos 27 milhões de euros, com uma derrapagem de 10 milhões, devido a um alegado curso de água, que supostamente passava no subsolo do terreno adjacente à  obra, mais a rocha que encontraram e tiveram de usar explosivos para resolver o assunto. Custos acrescidos, que já fazem parte destes negócios, entre o Estado e uma qualquer empresa de construção, neste caso, a Somague.

Durante o decorrer da construção do edifício, é normal nesta área, existirem inspecções, levadas a cabo pela Inspecção Geral das Actividades e Saúde. Um senhor de nome, João Costa da Silva, escreveu vários relatórios, para esta entidade, revelando que existiam deficiências graves na forma como a empresa estava a levar a cabo, os seus trabalhos. Tal como a inexistência de qualquer curso de água ou ao facto de terem encontrado terreno rochoso. Este engenheiro, sabe-se lá porquê(?), foi proibido de entrar mais na obra, tal como lhe foi retirada a possibilidade de mexer mais nesse dossier. Apesar desse facto, este técnico de construção civil, enviou um relatório ao Tribunal de Contas em 2011, descrevendo o processo desde o inicio e justificando o seu acto, como um dever cívico. Um dever que se sobrepunha a toda a corrupção e a burla evidente, que minou este processo desde o inicio e que ele, testemunhando-o, tinha a obrigação moral de o denunciar.

Passados, exactamente dois anos, temos a notícia de um Hospital, com problemas muito sérios de construção, graves ao ponto de ter que encerrar. Naturalmente, a Policia Judiciária, está no terreno e procede-se agora a uma investigação que naturalmente irá terminar lá para as calendas... Para já, são mais 5 milhões para "tapar os buracos" e dessa forma, encarecer uma obra já de si, muito dispendiosa.

Esta mesma Inspecção Geral da Saúde, está agora, mais preocupada em elaborar relatórios difamatórios, acerca do estado da Maternidade Alfredo da Costa, porque naturalmente este Governo deu indicações, que precisam de mais algumas razões para encerrar, o quanto antes, esse edifício. Uma espécie de obsessão do senhor Ministro da Saúde, que relativizou, todos os pareceres técnicos, para agir de forma contrária.

Este nosso "herói", não  deveria  ser uma excepção, mas sim a regra, num País, cada vez mais corroído por estas negociatas, que custam sempre mais, aos que menos a poderiam suportar.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Ora, sai um Pires de hipocrisia para a mesa do canto...da Europa!

"Sou um soldado disciplinado e leal deste Governo", afirmou o Ministro da Economia, ao ser confrontado com a continuação da taxa de 23%, na restauração. Eu diria melhor, se estivesse no lugar dele, diria...Sou um político de convicções e como tal, este "tacho" dá-me um jeitão!

Pires de Lima, antes de chegar ao Governo, estava na UNICER e de vez em quando,  mandava uns bitaites cá para fora, armado em valente. Só que pelos vistos, a coragem de assumir as suas posições, ficaram à porta do Conselho de Ministros.
O Álvaro, o seu antecessor, não percebia nada do jogo político, andou ocupado lá pelo Canadá e sentia-se perdido naqueles meandros da politiquice corriqueira. Ria-se, distraído, dos próprios colegas do Governo, lançava umas piadas, exemplo, a exportação dos pastéis de Belém, chegou a aventurar-se na taxação do sector energético, mas perdeu logo um Secretário do Estado e apanhou juízo!!

Mas este senhor, sabe bem ao que vinha. Têm a lição estudada, ponderou muito bem o chão que ia pisar. Afirmações sobre o estilo agressivo do anterior Ministro das Finanças e do Primeiro Ministro, em relação ao PS. Também sobre a oportunidade perdida pelo Governo, quando Relvas saiu do executivo, de remodelar também o Ministro da Economia (já se estava a fazer ao cargo, nesta altura???), de forma a reestruturar a dinâmica do Ministério, (talvez por causa disso mesmo, aquando da posse de Pires de Lima, o Álvaro, nem pôs lá os pés) e finalmente em relação aos 23% da restauração, intenção que foi diversas vezes repetida, como sendo um dos objectivos pessoais para o Orçamento de 2014. Tudo isso, foram afirmações num contexto diferente e antes de chegar ao executivo. Em suma, este senhor do CDS, que ficou com um Ministério "vazio", dado que lhe retiraram, uma série de competências, fez parte de um "acordo" para ver se Passos Coelho "aguentava" o barco e para o Portas conceder protelar o fim desta coligação. A sua hipocrisia é justificada pela necessidade de ser ...Ministro da Economia!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A Ponte a pé!

Este tema dos protestos na Ponte 25 de Abril, veio novamente à memória das pessoas, por causa da Manifestação da CGTP, marcada para o próximo dia 19, exactamente naquele local. Eu já tive ocasião de afirmar que estes eventos, organizados por esta central sindical, não têm qualquer efeito prático. O governo, invariavelmente, assobia para o lado, sempre que ao fim de semana, se juntam uns milhares de pessoas, percorrendo uma artéria da capital, gritando sempre as mesmas palavras de ordem e desmobilizando na hora combinada com as forças de segurança. Imagem de marca, bandeirinhas debaixo do braço e sentimento do dever cumprido, rumo aos seus lares.

Arménio Carlos, quis desta vez, mexer um pouco nas regras do jogo e atravessar as pontes emblemáticas, nas duas principais cidades do País. Esta decisão, está a provocar celeuma, porque o Instituto de Segurança da Ponte, desaconselha este tipo de iniciativas, invoca "diversos riscos". A CGTP não compreende estes entraves, já que ali se realizam vários eventos de cariz desportivo e porque a própria estrutura sindical adoptou várias medidas, para que a manifestação se desenrolasse de uma forma segura. Entretanto, o assunto já está nas mãos das Câmaras de Lisboa e Almada, que irão emitir os seus pareceres.

A Ponte 25 de Abril, já teve vários episódios, principalmente a seguir à Revolução dos Cravos, que produziam capas de jornal. Longas horas de espera em cima do tabuleiro, porque no chamado "garrafão", o MFA tentava revistar minuciosamente as bagageiras dos carros, à procura de armamento. Períodos muito conturbados, que parece, pairam ainda sobre algumas mentes. Cavaco, também ainda não esqueceu, de certeza, o famoso buzinão , que tantos pesadelos lhe deve ter provocado. Existem, medos no ar!

Enquanto, nas provas desportivas, existem patrocinadores que garantem a receita, que a Lusoponte perde naquelas horas, neste caso, eles não estão preocupados com o controle de multidões ou outro tipo de questões de segurança. Eles estão preocupados é com os euros que deixam de cair na bolsa a cada segundo que passa.

Termino, lembrando algo que Gandhi, afirmou um dia...."a função da resistência civil é provocar reacção. Vamos continuar a provocar... até que reajam ou mudem as leis. Eles não controlam. Nós controlamos!
-Esta é a força da resistência civil..."

Até hoje, o povo português,  neste período em que estamos sob a alçada da Troika, nunca soube organizar-se, de forma,a dar entender a meia dúzia de pessoas, que aqueles que sofrem na pele, o resultado de todas estas medidas penalizadoras, são muitos, e essa força unida, era de certeza suficiente para percorrermos outros caminhos.




segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A arrogância do Poder.

Após, mais uma noite de eleições autárquicas, estou com uma ambiguidade genuína de sentimentos. Por um lado, tenho a sensação nítida que os portuguesinhos, meus vizinhos, optaram pela pior opção à Câmara de Oeiras. Por outro, a CDU recuperou muitas das edilidades, principalmente na zona do Alentejo, que tinham perdido à 4 anos e, na minha opinião, é uma forma de se homenagear Urbano Tavares Rodrigues, um comunista alentejano, desaparecido recentemente.

Quanto à primeira questão, quero acreditar que Paulo Vistas irá interpretar da melhor forma, as ideias que Isaltino, atrás das grades, lhe irá ditar. Quando, o provado corrupto sair em liberdade, a população de Oeiras encarregar-se-á de o levar em ombros até ao seu lugar cativo. Quem vive em Oeiras, têm frequentemente a sensação de existir uma "rede" (para não colocar o adjectivo mais correcto, de forma a não ferir certas susceptibilidades) montada, por trás deste senhor. As conexões, são extensas e a forma como ele deixou a teia montada (teve muito tempo, antes de ser justamente encarcerado!), está a resultar em pleno. O "fantoche," agora eleito, não é melhor, nem pior do que o seu adversário do PSD, Moita Flores, mas a sua eleição, revela, que deveria ser feito, um estudo aprofundado na área da Ciência Política, neste Concelho, para que pudéssemos compreender este fenómeno, no minimo, estranho da nossa democracia.

Quanto ao número de Câmaras conquistadas pela CDU, na margem Sul, eu aproveito, para prestar uma homenagem (tardia é certo) a um grande escritor português. Um alentejano, que recordo, quando recebeu o Prémio Fernando Namora, (seu amigo pessoal) disse em entrevista ao Jornal de Letras. A questão era a seguinte. ..."Que mais gosta, ainda, de infringir?..." Ele respondeu, e passo a citar:

...."A arrogância do Poder. Gosto de a combater..." Uma forma de pensar, que nos tempos que correm, ficaria muito bem, a muitos portuguesinhos que continuam a ter na hipocrisia, uma certa zona de conforto e de estar. Já agora, para estes mesmos senhores, recordaria uma outra passagem desta mesma entrevista, sobre a nossa responsabilidade, enquanto cidadãos:

..." E que sentido tem a nossa vida?, que responsabilidade não será amanhã a nossa se ficarmos quietinhos a assistir ao descalabro, nesta grande prisão de gente bem comportada, que é, aos mesmo tempo, o palco de uma peça de Ionesco, onde se tomam a sério as maiores imbecilidades e o bem se confunde a todo o momento com a injustiça, com a hipocrisia?!...”

U

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O cartaz da autarquia.

Caminhamos inexoravelmente para o segundo resgate, mas o folclore das autárquicas está montado e promete galhofa da boa nos próximos dias. Não temos muitas razões para o riso, mas nesta semana, vale tudo. Ainda não vi o Paulinho das feiras, nas ditas, talvez porque o seu estatuto (e vergonha na cara?) assim o impeçam, mas já reparei que este ano os inúmeros candidatos esmeraram-se nos cartazes. Temos para todos os gostos e feitios, da esquerda à direita, do independente ao envergonhado autarca social democrata, que coloca o símbolo do partido , muito disfarçado, a um canto do placar, até mesmo, ao presidente da freguesia que lança descontos com o patrocínio da empresa X. Vale tudo, para atrair atenção dos portuguesinhos. Na falta de debates televisivos ou "tesourinhos deprimentes", temos umas envergonhadas arruadas e estes esclarecedores cartazes.

Nos últimos tempos tivemos também um festival de comédia, com as peripécias da interpretação da lei de limitação dos mandatos dos autarcas. Lamento dizer, mas da esquerda à direita, também neste caso, só o Bloco não entrou nesta pouca vergonha, porque realmente a dita interpretação, só revela  um apego desmesurado dos partidos políticos ao "tacho" gostoso. Como a confusão do "de" ou "da", veio baralhar os tribunais na tomada de decisões, quem saiu a ganhar, mais uma vez, com esta aberração jurídica, foram os que sempre tiveram o poder nas autarquias locais, quem perdeu mais uma vez?- Exactamente, o povo e a dita democracia. Os partidos tiveram mais do que tempo, para esclarecer esta embrulhada, mas não o fizeram porque conscientemente sabiam do epílogo da questão e que esta beneficiaria os seus compadres.

Por estas e por outras, não vou exercer o meu direito de voto, porque conscientemente, nenhum candidato, na câmara ou freguesia local, mostrou vontade de ocupar a edilidade, sem que tenha o único propósito de encher os bolsos, à imagem de Isaltino Morais, que acabou por ser,  (milagre!!?) "engavetado".

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Homenagem à hipocrisia!


Se calhar, este feliz acaso, vêm demonstrar que o Governo que temos em funções, ao incitar jovens licenciados a encontrarem soluções fora do País, nunca esperariam encontrar, estes mesmos jovens, a milhares de quilómetros de casa, demonstrando a sua indignação. Afinal de contas, se estão longe da sua terra, longe dos seus familiares e amigos, muito se deve a este senhor que foi homenageado no Brasil.

Em Portugal estamos "anestesiados" com a musiquinha da recuperação económica, mas lá por terras de Vera Cruz, continuam a não esquecer a razão do abandono de milhares de jovens, porque as oportunidades escasseavam e continuam a ser cada vez piores, apesar da divulgação da descida da taxa de desemprego em algumas.....décimas!!!!!!!!!!

Tenham VERGONHA, ao menos deixem passar algum tempo, antes de fazerem estas homenagens hipócritas!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Cinemateca a conta gotas.

Eu já receava esta notícia à muito tempo, mas cada vez que a ouço, fico triste por viver,....aqui!

Aqui, aonde a cultura é sempre o parente pobre.
Aqui, aonde em particular, uma das minhas paixões, é maltratada, sem se saber o porquê?
Aqui, aonde a Secretaria do Estado da Cultura faz sempre figura de corpo presente, num Governo com as prioridades viradas do avesso.
Aqui, aonde não se importam de fechar portas a uma instituição que à 70 anos, simplesmente, nos mostra bom cinema.
Aqui, aonde fecham os olhos ao facto da nossa escassa produção de cinema, continuar a receber prémios internacionais e reconhecimento da qualidade do nosso trabalho.
Aqui, aonde, o mais velho realizador mundial, é português e as suas obras continuam  a difundir a nossa identidade cultural aos quatro cantos do mundo.
Aqui, aonde, só por mero acaso, o filme mais visto nas salas de cinema este ano, é português!!!
Aqui, aonde, se enterram milhares de euros em fundações, institutos e observatórios fantasmas!

Na casa de Félix Ribeiro, os que aqui trabalham, vivem em sobressalto.Fecha hoje, fecha amanhã?
O ano passado, por esta altura, foram obrigados a abandonar as legendas dos filmes, por razões financeiras. Este ano, apesar de se ter apertado o cinto, Maria João Seixas, já não sabe para aonde se virar? - Neste momento chegou mais um balão de oxigénio. Mais 700 mil euritos, para aguentar o barco até ao final do ano. Depois logo se verá se a Cinemateca, não mergulhará num período de trevas?

A directora procura receitas, através de publicidade ou o surgimento de um qualquer mecenas, que consiga compreender a importância de manter estas portas abertas. Nem que fosse, pelo facto de sermos dignos desta herança que Luis de Pina e João Bénard da Costa nos legaram.


terça-feira, 27 de agosto de 2013

André Kertész

Continuando com esta minha divulgação de mestres da fotografia, apresento hoje o húngaro, André Kertész. Nasceu em 1894, iniciou os seus estudos com vista a seguir  uma carreira no universo das finanças, mas nos tempos livres, a fotografia era o seu passatempo favorito. De simples ócio, passou a prioridade, dando lugar a uma carreira de bastante sucesso. Mas antes,teve que calcorrear alguns degraus difíceis, primeiro na Europa e depois foi convidado por uma agência fotográfica nos Estados Unidos.




                                      Em casa de Mondrian,André Kertész((1926)@The Estate of Anré Kertesz/Higher pictures

 Em 1936, atravessou o Atlântico e apesar do surto repentino de revistas em Nova Iorque, a sua visão, personalidade e temperamento artístico, nunca encontrou estabilidade no fotojornalismo americano. Devido à impossibilidade  de voltar à Europa devido ao eclodir da 2ª Guerra Mundial, Kértesz lutou para encontrar um trabalho estável como freelancer. Em 1947, conseguiu finalmente um lugar nos quadros da revista House&Garden, onde passou 15 anos  a criar fotografias de arquitectura. Ele apelidou este período, como os "anos perdidos".




                                                            O garfo,André Kertész(1928)@The Estate of Anré Kertesz/Higher pictures

Em, 1962 e já com 68 anos, voltou novamente à Europa, nesta altura começou a produzir aquilo que mais gostava, imagens líricas impregnadas de perspicácia e conhecimento. A objectiva deslizava para o símbolo inanimado, realçando sombras, com gestos cada vez mais poéticos. Apelidaram-no de "poeta com uma câmara". Em 1963, a Biblioteca Nacional de Paris convidou-o a realizar uma mostra especial dos seus trabalhos. Foi assim que este mestre voltou a deambular por Montparnasse, com a Leica que usou durante toda a vida.



                                      Os óculos e o cachimbo de Mondrian,André Kertész(1928)@The Estate of Anré Kertesz/Higher pictures


 Quando realmente chegou o seu período áureo, a mulher de toda a sua vida, morre  e atinge ferozmente a sua mais elementar inspiração. Regressa ao trabalho com uma Polaroid SX-70, carregado de dor e tristeza, algo que se traduz visivelmente na sua obra doravante.




                                                              Meudon,André Kertész(1928)@The Estate of Anré Kertesz/Higher pictures

Reconhecido como uma figura incontornável na história da fotografia, faleceu em 1985, com 91 anos. À data da sua morte, ainda era um fotógrafo activo e na memória de grandes académicos, continua a imagem de um homem que nunca desistiu de viver do suor do seu trabalho e ao mesmo tempo perseguindo a sua "estrofe perfeita".


                                                      Tulipa melancólica,André Kertész(1928)@The Estate of Anré Kertesz/Higher pictures


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Cantiga de mal-dizer.


          Ve(e)des  m andar morrendo
 
          e vós jazedes fodendo

           na praia ao sol!!

           Do meu desemprego non vos doedes,

          e moir eu, e vós troçais

          na praia ao...sol!!



                                                                      Indiferentes a tudo me ol(h)ais, que eu

                                                                      não tenho labor

                                                                      oh, vos que passais pelo Pontal, glorificando

                                                                       uma cantoria que casi a todos avorrece

                                                                       mal de mim... neste torpor


         
           Nem me importo, se lhes c(h)amam

           palavras perdudas

          A todos nós, clamam

          que o migo de Boliqueíme, sen siso

          continue com a vista mui embaçada

          não fora o mafarrico do Largo do Caldas, ter razon de tanto riso.







                                                                     
         


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cavaleiro charmoso!

Eu até tenho medo de estar aqui a lançar foguetes, por causa de um facto positivo que verifiquei, mais uma vez, no nosso litoral alentejano. Vou dizer baixinho... ainda não estragaram aquele pedacinho!

-É verdade, ainda existem locais em Portugal, aonde se resiste à especulação imobiliária, construções desenfreadas, aliciamento por parte dos "Donos de Portugal" ao pobre autarca local,etc... Locais, apelidados de redutos agradáveis para os "pobrezinhos", passarem as suas férias

Estes 130 Km de costa, compõem-se de três reservas naturais. O Sado, das Lagoas de Stº André e da Sancha, finalmente a do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Falando especialmente desta última. Por razões absolutamente discriminatórias e sem qualquer motivo aparente, Vila Nova de Milfontes e a Zambujeira do Mar, sempre foram mais beneficiadas em termos de infraestruturas, em relação a locais como Almograve. Mas até por causa disso mesmo, esta ultima localidade, preserva um ambiente muito especial. Já para não falarmos da pequena localidade, junto ao fantástico Cabo Sardão, de nome Cavaleiro. Experimentem, desfrutem e não estraguem!
Em termos de preservação das espécies, têm sido muito criteriosas, as medidas tomadas por parte das entidades envolvidas, no aspecto das autorizações para construção, existem também, muitos entraves (felizmente!) para quem quer "inventar"!
Após cada período de férias nesta zona, trago sempre a esperança de voltar em breve, sem que os autarcas locais não façam desta zona uma continuação da "criminalidade urbanistica"  verificada em quase todo o Algarve. Não podemos é falar destas coisas, muito alto, dá azar!


















quinta-feira, 25 de julho de 2013

Herberto, sempre!



                                  "...Fosses tu meu grande espaço e eu tacteasse
                                           com todo o meu corpo sôfrego e cego...."

                      Herberto Helder
                      Servidões
                           Assírio & Alvim
                              2013

                     Ao longo dos anos, fui ponteando aqui e ali, este blogue com exemplos de portugueses de excelência. Hoje, decidi colocar este nome maior da nossa poesia, também nesse rol de pessoas aqui referenciadas. E, se o faço só agora, tenho uma explicação muito lógica. Ou talvez duas ou três. Vivemos um tempo de enorme incerteza, um tempo de promiscuidade entre a realidade constituída por duros golpes palacianos, com frequentes facadas nas costas do parceiro político e a senilidade mental de um presidente arredado da razão. Esta ultima semana foi dura demais para os portuguesinhos. Ora, nada melhor que recordarmos nesta altura, um homem que apesar de o considerarem um misantropo, sempre conseguiu afastar-se de toda esta realidade, apodrecida por vaidades bacocas e galanteios enjoativos. O lançamento de uma obra sua, é sempre uma lufada de ar fresco. Nada melhor que centrarmos as nossas atenções num momento de excelência, no depauperado panorama cultural do nosso burgo.
                 
O poeta dos poetas, como muitos o consideram, publicou aos 82 anos, a sua mais recente obra, com 70 poemas originais. "Servidões", um livro que nesta altura, já será de todo impossível encontrarmos nos escaparates das livrarias. O autor sempre fez questão de publicar uma só edição de cada livro que escreveu, e assim, estes três mil exemplares eclipsaram-se em menos  de dois meses. A sua aversão a entrevistas, o facto de não  aparecer em qualquer acto social, a par da recusa de receber o Prémio Fernando Pessoa em 1993, transformaram tudo o que o rodeia, com uma aura de grande mistério, adensando ainda mais a curiosidade em relação à sua obra. Que tenhamos sempre o discernimento para procurar obras de autores maiores da nossa cultura, para compensar o aziago dos nossos dias.


                                 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Por favor retire-se!

Pelos vistos, vamos ter um verão político, muito intenso. As conversações entre os três partidos, que levaram o País a este caos, continua. Entretanto, temos um governo a tentar despachar certas negociatas que estavam na prateleira, antes que seja tarde. Existem compromissos assumidos que importa finalizar. Este impasse veio desregular toda essa calendarização, remetendo os Ministérios a trabalhar horas extra. Eleições, nem querem ouvir falar de tal hipótese. Agora que tudo estava a correr bem para os bolsos dos mesmos de sempre e muito mal para o País.



Na Assembleia, assiste-se quase diariamente a cenas simplesmente surrealistas!!!
Desde os senhores deputados, que não sabem o que chamar ao ex-demissionário da pasta dos Negócios Estrangeiros ou alguém que irrevogavelmente, não irá ser vice-primeiro-ministro, apesar de tudo fazer para se chegar à frente...
Para cúmulo, Assunção Esteves, a segunda figura mais importante do Estado, começa a vociferar, citações espatafúrdias à mistura com ideias pouco democráticas e perde as estribeiras, ao gritar para as forças de segurança fazerem o seu trabalho!

Eu compreendo, as ultimas semanas não têm sido fáceis, o seu posto está em perigo, agora que se estava a sentir bem naquela cadeira. Esqueceu-se completamente da posição que ocupava, quando citou, Simone de Beauvoir. "Não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes.". Seria escusado relembrar a esta senhora, em que contexto foi feita esta frase. Comparar o povo português a nazis, não será muito abonatório para a credibilidade que desejaríamos que tivesse uma pessoa nas funções que exerce. Eu, poderia mais ajustadamente, lembrar, que a mesma Simone de Beauvoir, também disse que, e passo a citar. "Querer-se livre é querer livre os outros." Portanto, essa ideia de mudar as regras de acesso às galerias da Assembleia, não seria uma ideia muito democrática, pois não? -Quanto à causa, das arrelias da senhora Presidente da Assembleia da República, em relação às constantes manifestações de desagrado ali sentidas, lembro~lhe outra citação da escritora e filósofa existencialista, francesa. "É horrível assistir à agonia de uma esperança.".A agonia, é tudo aquilo que sentimos, neste momento, daí os protestos. A esperança, era a de que este governo pudesse ter feito alguma coisa em abono do seu povo. Portanto, será natural que a senhora um dia destes, vá ter que se retirar. VAI TER QUE SE RETIRAR, OUVIU BEM?????