quinta-feira, 25 de abril de 2013

Continua uma festa linda, pá!

Carta Aberta a um Amigo de Abril.

Caro amigo, a festa, apesar de tudo continua linda!

Faz um ano desde que partiste e as noticias não são animadoras. Grândola ouviu-se mais, mas o gajo é teimoso e persiste nesta política de austeridade.

Alargámos os prazos da divida, mas o cinto já não têm mais buracos  e as famílias desesperam. Temos uma dieta à base de uma receita errada. Os ingredientes foram mal calculados e o resultado é desastroso. 

Temos muitos elogios à forma como nos estamos a portar, mas a origem dos encómios são suspeitos. Eles estão a ganhar fortunas com o nosso sacrifício. 

Repetem vezes sem conta, não somos a Grécia, nem o Chipre, mas cada vez estamos mais parecidos com Portugal dos anos 50 e 60, pelo menos nas condições de trabalho, na perda de direitos laborais adquiridos, nos números do desemprego, no acesso à educação, à saúde e à justiça.

Gostava de saber mais para te contar  Miguel, mas eles escondem a verdade, omitem as ideias de um liberalismo atroz que perpassa desde Atenas, a Bruxelas, a Nicósia ou Lisboa. As tuas ideias continuam vivas nas nossas lutas, mas essa alegria de viver a política de uma forma transparente e salutar, a virtude de não se contradizer em lugares distantes como a faixa de Gaza, Beirute ou nos corredores do Parlamento Europeu. isso nós temos muita saudade.

Tal como Chico dizia "...Já murcharam a  tua festa pá, mas certamente esqueceram uma semente nalgum canto de jardim..."  de certeza que iremos sempre descobrir uma semente que irá florescer e dar esperança num futuro bem melhor. Os cravos nunca irão murchar, enquanto seguirmos as tuas convicções. Até sempre Miguel...






terça-feira, 16 de abril de 2013

Uma aliança impossível!

Quando estamos à beira de um precipício, ocorrem-nos ideias pouco lúcidas. Ultimamente, tenho querido acreditar, baseando-me nas ultimas sondagens, na possibilidade de uma coligação de esquerda, com chances de maioria absoluta no parlamento. O PS farto de entendimentos ao centro e à direita, poderia agora experimentar uma solução de entendimento com o PCP e o Bloco. Para uma pessoa de esquerda como eu, esse seria um cenário interessante.

Com esta direcção bicéfala do BE, essa ténue esperança ganhou novo alento, porque na opinião de Semedo e Catarina Martins, neste momento, não fechariam a porta a um entendimento com os socialistas. Quanto à relação entre os socialistas e o PCP, tudo se torna muito mais complicado, porque passados quase 40 anos sobre os conturbados momentos do período pós-revolucionário de 75 e 76, as mazelas nunca sararam. A desconfiança é muito grande, de ambas as partes.

 Ontem mesmo li um artigo de opinião de Rui Tavares, na última página do jornal "Público" que se intitulava, "Eles não querem".
Sucintamente passo a  descrever aquele texto, com algum desalento, devo confessar. No Alto Minho, mais propriamente em Caminha, estes três partidos de esquerda chegaram a um pré-acordo, quanto à sua candidatura conjunta, nas autárquicas que se avizinham. Logo que alinhavaram o seu programa a apresentar aos eleitores daquela Câmara, deram indicação das suas intenções para os respectivos centros nevrálgicos em Lisboa. O que aconteceu depois, é a imagem real da possibilidade de acordos entre estes três partidos. Por razões de mera táctica e jogos palacianos, foi vedada essa possibilidade. Primeiro pensam nas suas vaidades e constrangimentos, só depois no País. Agora imaginem na hipótese remota de entendimento a nível...não vale a pena!!

Tudo isto não passa infelizmente de uma mera utopia, com culpas a dividir por estes três partidos de esquerda.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A Última Ceia.

 Transcrevo hoje, algumas afirmações que atestam da veracidade nas afirmações recorrentes de que os portuguesinhos estão à beira de um precipício.  Pensamentos recentes sobre a agonia deste Governo. Uma selecção de pessoas que não estando ligadas aos partidos da  oposição, estão de uma forma ou doutra, a desempenhar papéis bem diferenciados, na sociedade portuguesa. Une, estas vozes, a urgência de clarificar o desempenho deste Governo ao longo dos últimos dois anos.

  • António Sampaio da Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa, afirmou ontem no Jornal de Negócios ..."O Governo utiliza o pior da autoridade, para interromper o Estado de Direito, e para instaurar um Estado de excepção..." 


  •  António Arnaut, pai do quase extinto Serviço Nacional de Saúde, declarou hoje num fórum da TSF e passo a citar. "Passos Coelho é um primeiro ministro insensível, incompetente e insensato". Apelou de seguida a uma Revolta Cívica. 
  • Medina Carreira, fiscalista e antigo Ministro das Finanças, disse esta semana no seu programa da TVI ..."qualquer dona de casa faria melhor que Passos e Sócrates..."


  • Pacheco Pereira do PSD, no programa da SIC Noticias, "Quadratura do Círculo". "...à medida que vai tendo cada vez mais dificuldades em cumprir aquilo que deseja, vinga-se em todos aqueles que lhe criam obstáculos..." referido-se a Passos Coelho.
  • José Reis, director da Fac. de Economia da Universidade de Coimbra. "Este Governo têm uma total ausência de ideias e estratégias que façam sentido". Proferiu esta frase, num programa da RTP , o mês passado.
Estas opiniões seriam apenas meras opiniões, não tivessem elas o peso de uma realidade transversal a toda a sociedade portuguesa nos dias que correm. Seria importante, Cavaco de uma vez por todas, deixar de andar com este Governo "ao colo" e escutar o barulho ensurdecedor do seu silêncio.


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Soltas de Abril.

Quando este blogue está quase a completar 5 anos, vou hoje começar a apresentar, uma rubrica que se chama... Soltas.  Uma miscelânea de temas desconexos, que em dada altura poderão ter-me chamado à atenção.

  • A figura que apresento em cima, representa uma prática secular em Bombaim. Uma cidade  com mais de 12 milhões de pessoas, cerca de 5 mil homens distribuem todos os dias à hora do almoço mais de 200 mil refeições. Vão buscar as marmitas, ao domicilio de cada pessoa, que não têm oportunidade de transportar o seu repasto. Ora aqui está uma ideia que seria bem vinda em tempos de crise, aplicada convenientemente á nossa realidade.
  • Foi inaugurada hoje, com pompa e circunstância, mais uma unidade de refinaria no complexo industrial da GALP, em Sines. Em termos práticos, vamos conseguir ser auto-suficientes, em termos do consumo de gasóleo e ainda vai dar para exportar. Será suficiente para diminuir o preço de venda ao público, a médio ou longo prazo?- Resposta óbvia, claro que não! Por causa destas e doutras é que a GALP continua a registrar todos os anos, lucros colossais.
  • Júlio Pomar finalmente inaugurou o seu atelier-museu, mesmo junto à sua casa, na Rua do Vale. Curioso é que na vizinhança, ali para os lados de S.Bento, more alguém, que têm feito tudo para dar cabo da nossa cultura. Mas esta obra, era uma promessa do então Presidente da Câmara, João Soares em 2000. Finalmente este armazém abandonado, conseguiu converter-se num ponto de encontro para todos aqueles que admiram o seu trabalho. A esta obra, António Costa poderia agora, decidir fazer-lhe uma homenagem justa, em termos da toponímia desta cidade. Nesta rua,  estreita de um só sentido na cidade de Lisboa, aonde ele sempre viveu e trabalhou, propor que se passasse a chamar, Rua Júlio Pomar. Justiça seja feita, enquanto ele ainda nos dá o prazer da sua presença.
  • Fernando Seara já prometeu,a Revolução Branca bem pode insistir nas providências cautelares, quanto à sua eventual candidatura ao município de Lisboa, porque ele vai bater o recorde Guiness de recursos (Isaltino já lidera com 44!!!!) até que consiga levar por diante os seus intentos. A sede de protagonismo às vezes em Portugal raia o ridículo. 
  • Finalmente, termino com uma bela notícia. Nelson Mandela continua a registar melhoras contínuas, apesar de estar ainda no Hospital. É desejo de todos os grandes democratas deste mundo, uma vida longa a este grande estadista. Um humanista que será sempre um exemplo a seguir.