terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A sabedoria do silêncio.

Aqui no a,b,c... já falei da senhora que está sentada na mais alta cadeira da Assembleia da República  e que cada vez que abre a boca, só sai, aquilo que  todos nós sabemos. Esta reformada que ganha milhares de euros à conta dos impostos dos portuguesinhos, teima em insultar a nossa inteligência, cada vez que opina sobre qualquer assunto. Já referi aqui, as suas  reacções alérgicas à democracia no desempenho das suas funções, depois foram aqueles lamentáveis cálculos, sobre o custo  da possível transladação de Eusébio para o Panteão e agora, a possibilidade de existirem alguns mecenas que financiassem as comemorações dos 40 anos do dia da Liberdade!!- Ainda fez pior, convidou Joana Vasconcelos a decorar umas chaimites, com cravos vermelhos???

Por uma questão de sorte, a senhora "iluminada" (pelo poder instituído, claro!) das artes plásticas em Portugal, recusou a ideia por falta de tempo, porque se o projecto fosse avante, garanto-vos que iria mais uma vez,  ficar muito caro aos bolsos dos maiores "mecenas" que esta senhora loura arranja, que somos, exactamente todos nós!

Eu sei que a temos de aturar mais um ano e pouco, mas não seria razoável utilizarmos as redes sociais ao nosso alcance para uma petição realmente útil.Um pedido à consideração de todos os grupos parlamentares, como se costuma dizer, o silêncio é de ouro e a palavra é de prata, nada melhor que remeter Assunção Esteves a um silêncio compulsivo, só até ao fim desta legislatura. Seria pedir muito?

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

desumanização, usem e abusem.


          -Não costumo divulgar aqui, as minhas leituras, mas vou abrir uma excepção, porque realmente vale a pena. "Desumanização" de valter hugo mãe é um lançamento recente e contêm todos os ingredientes para se tornar numa daquelas obras que nos marcam de uma forma muito especial. Existe ali, magia. Este senhor "brinca" com as palavras até à perfeição.

         -Este angolano, vencedor, entre outros galardões, do Prémio José Saramago em 2007, transporta-nos neste seu ultimo lançamento, para uma realidade muito distante. Uma história passada na enigmática Islândia. Com o suposto conhecimento de causa, envolve a nossa imaginação em paradoxos múltiplos. Se por um lado, temos a sensação desconfortável da descrição de emoções cruas e gélidas, por outro, descreve-nos  um jogo trepidante de palavras que nos aconchegam e faz-nos sentir o calor das emoções. Temos dificuldade, por vezes, de acompanhar uma narrativa enigmática, mas logo surge a simplicidade revelada  no final de cada ideia transmitida. A morte versus a vida desmaterializada de uma criança, que enfrenta o ódio da mãe e a compreensão frágil do pai "poeta".  

           -Eu, a caminho da Europa, vindo do outro lado do Atlântico, à uns anos atrás, fiz escala em Reykjavic. Verdade que não cheguei a sair do aeroporto, mas ao aterrar naquela ilha, perto do meio dia, estava escuro como breu e reparei numas pessoas que transportavam as malas na pista. Essa imagem até hoje, nunca me saiu da cabeça. Vestiam uns anorak´s enormes, que os cobriam da cabeça aos pés, com uns capuzes que não deixavam ver as faces. Na cabeça transportavam umas luzes que realçavam o trabalho rotineiro que efectuavam num ambiente muito hostil. Naquele final de Novembro, lembro-me que aqueles misteriosos seres, faziam-me lembrar uns figurantes de um concerto inolvidável, que assisti no cinema, nos idos anos 80, na saudosa sala do Campo Grande, Caleidoscópio. O filme chamava-se"Like a Hurricane" e não era mais do que um concerto de 78, de  Neil Young&Crazy Horse. A nossa imaginação, por vezes prega-nos estas partidas, vai buscar acontecimentos longínquos e traça linhas desconexas, que no entanto terão alguma razão de ser, algum sentido. Passados, todos estes anos, esta "desumanização", conseguiu interligar, estas minhas experiências.Curioso, porque através de valter hugo mãe, estas imagens voltaram a surgir. Só por isso, já foi muito bom.



domingo, 2 de fevereiro de 2014

O lixo escondido da Moody´s.

Na última semana, li no reputado "Finantial Times", um artigo de Peter Wise, que resumidamente, glorificava a nossa recuperação económica. Afirmava, que Portugal está a conseguir sair da maior recessão dos últimos 40 anos, com taxas de crescimento superiores à média europeia, registadas no último semestre do ano transacto. Acrescentando também, a descida da taxa de desemprego, o valor positivo da nossa balança comercial e a queda em todos os prazos dos juros da divida. Eu pergunto, à custa de quem?

- Sem infraestruturas sólidas, não existe economia que se aguente. Necessitamos de uma mudança que não foi executada. Baixando novamente os impostos para valores decentes, todos estes sinais positivos, são meros indicadores provisórios, voltaremos a bater à porta dos nossos credores.

-Esta semana, o nosso querido Primeiro afirmou que a Moody´s (de quem disse cobras e lagartos no passado recente) deu um excelente sinal , para uma possível subida do nosso rating. Esse sinal até poderia ser bom, se fosse fruto, dos primeiros resultados visíveis de uma profunda reforma do EstadoNo meio desta profusa e insistente campanha, o que foi escondido em baixo do tapete?

-Só vou dar alguns exemplos. Continuamos a ter filas de espera nas urgências dos hospitais, muito acima do que é expectável, porque o desinvestimento neste sector é chocante. Os cortes começam a atingir as pessoas que normalmente se dirigiam às unidades de saúde para ter os cuidados básicos em doenças oncológicas! -Os enfermeiros emigram em larga escala, porque não encontram soluções dignas e  os médicos saltam para o privado ou "fingem" estar nos dois lados. Os tribunais estão completamente inoperantes, os processos acumulam-se sem solução à vista e a prometida reforma da justiça ficou mais uma vez na gaveta. O ensino está um caos. Professores desmotivados, equipamentos ou fecham ou estão a cair e o desinvestimento na ciência têm dado nos últimos dias, noticias alarmantes. A atribuição de bolsas é uma vergonha, mais valia mandar estas pessoas procurar financiamento para os seus projectos, algures num país decente. Estes e muitos outros casos, são o lixo que se deseja esconder.

O único assunto, aonde este Governo têm feito um excelente trabalho e de maneira célere, é sem dúvida, esmifrar os nossos bolsos, com  impostos de toda a maneira e feitio!!!-Convinha lembrar no entanto a Passos e Portas, que varrer o "lixo" para baixo do tapete, não vai resultar durante muito tempo, apesar desta enorme vontade de apresentar números bonitos! ´