terça-feira, 27 de maio de 2014

Vai "pirrear" para outra freguesia!



Antonio José Seguro protagonizou este fim de semana, um dos episódios mais caricatos, no epilogo de umas eleições europeias. Eu pergunto, quem é que compreendeu aquele ar triunfalista do líder socialista, ao chegar à sede de campanha?
  - De certeza, ninguém!
Eu nunca tive grande fé nas capacidades do senhor abstencionista violento, mas continuo sem entender, como é que ainda ninguém se chegou à frente???
Este escrutínio no fim de semana, não conseguiu surpreender-me em quase nada. Uma votação vergonhosa dos partidos de direita,  era mais do que esperada. Apenas registo, que algumas regiões do Norte, apesar de terem vindo a sofrer com os efeitos desta governação, mais do que qualquer outro ponto do território, continuam armados em portuguesinhos e a dar o benefício da dúvida a esta coligação. O resultado da CDU, também previsível. Por um lado, uma  esquerda super fragmentada e por outro a obtenção de alguns dividendos com os desalinhados com este PS. Marinho Pinto, é um fenómeno natural, tal como aconteceu na inenarrável vitória da Frente Nacional em França. Os extremos sobressaem nestas alturas e a história já nos ensinou, cuidado com estes movimentos!
No entanto, pela segunda vez, António Costa ameaça candidatar-se a deixar a edilidade de Lisboa. Será que é desta?
Por esta hora, tenho já uma certeza. Passos e Portas estarão a fazer contas à vida. Porque uma coisa, seria preparar as próximas legislativas com o "copinho de leite"; outra realidade, será enfrentar o actual Presidente da Câmara da capital. Aliás, este principio de verão poderá ser mesmo, o momento mais "horribilis", deste Governo, suplantando a inconsequente irrevogabilidade de Portas. A par de tudo isto, não podemos esquecer que a decisão do Tribunal Constitucional está para breve e a economia deu uma nova cambalhota, o primeiro trimestre deste ano teve resultados menos animadores.
Tal como Soares afirmou, esperemos que esta "vitória de Pirro" tenha alguma consequência...pelo menos na liderança do PS, digo eu.



terça-feira, 20 de maio de 2014

Uma alegoria da nossa realidade.

-Estamos todos dentro deste barco e continuamos sem saber, quem é o timoneiro?
-Garanto-lhes, eu não sei...Apesar desse facto, parece evidente o menosprezo por aqueles que se preocupam!
-Eu tenho de propor um objectivo, enquanto esta letargia vai singrando por toda a tripulação, façamos um esforço para conseguir saber o rumo. Ao menos o nosso rumo???
Talvez gritando, alguém me ouvisse...mas não vale a pena...
No outro dia, quando já me sentia um pouco desesperado, escolhi bem as palavras e fiz uma pergunta directa, cheia de conteúdo e muito pertinente. O meu interlocutor, o escolhido, porque estava em posição de me responder,  ruboresceu e manteve-se em silêncio, enquanto os outros...aqueles que deveriam estar do meu lado, olharam para mim de uma forma esquisita. Como se eu estivesse a dizer alguma barbaridade! -Eu apenas buscava uma pista...


- Um dia vai ser tarde, o tempo vai passando e as forças vão diminuindo. Como é difícil, explicar a forma como vemos o mundo à nossa volta, as cores, as formas, a percepção que temos do bem e do mal e transmitir isso aos que nos rodeiam. Não quero impor a minha vontade a ninguém, mas seria desumano contentar-me com uma vida sem respostas às minhas questões mais nucleares.
-Eu sei que não podemos ser todos iguais...eu até sei, que até já nos deram tudo para nos sentirmos confortáveis...eles fizeram o impossível para que não tivéssemos de pensar muito. Mas a mim, custa-me ter de olhar no espelho ao fim de cada jornada e ver outra pessoa, ali retratada. Enquanto tiver consciente, quero olhar o rastro que a embarcação vai deixando no mar e pensar que fiz tudo para satisfazer as minhas questões.
-Sou insaciável, vou continuar à procura de saber os planos que me escondem. Mesmo que me acusem de estar atrás de uma suposta teoria da conspiração, vou em frente. Qual é o interesse de viver em liberdade senão obtemos respostas às nossas dúvidas e anseios quanto ao nosso futuro??
-É simples, qual é o nosso destino e quem nos leva para lá?
-Respondam, porra!




terça-feira, 6 de maio de 2014

Os Privilegiados.


Posso ser acusado de demagogia barata, mas os temas vão-me surgindo aqui neste blogue, porque os considero pertinentes. Em Abril, tanto o BE como a CDU apresentaram projectos lei na Assembleia, que visavam tornar as actividades extra parlamentares dos deputados mais transparentes. Nesse sentido, era essencial a exclusividade dos deputados às funções ali exercidas, no decurso dos seus mandatos e mesmo saindo, seria normal, existir um período de "nojo" em relação a cargos de administração ou directoria em empresas de relevo. Principalmente, cargos que possam interferir com o decorrer de negócios entre o público e o privado.

Naturalmente, que estes dois projectos lei, foram esmagados por a maioria... mais o PS. O regime de exclusividade, interfere com os "jogos" que se fazem nos bastidores, e porquê?

-Porque 117 dos 230 deputados no nosso Parlamento têm outros cargos extra no sector privado, além do seu trabalho diário na Assembleia!
-Porque nas empresas cotadas do PSi 20 actualmente, só 4 não contam com políticos ou ex-políticos nos seus quadros!
-Porque a comissão de Ética  da Assembleia da República que deveria fiscalizar os conflitos de interesses entre a actividade destes senhores no privado e o que representam como mandatários do povo, simplesmente não funciona, apenas existe no papel.
-Porque as comissões reguladoras que são instituídas para regular as actividades das empresas, geralmente,como têm nos seus mais altos cargos, pessoas que já tiveram ou têm interesses nesse mesmo ramo de actividade, apenas fazem figura de corpo presente.
- E finalmente, porque quanto às famosas comissões parlamentares. Quando se levanta alguma questão em relação a estas questões de incompatibilidades, fazem muito barulho, mas nunca ninguém presenciou a uma conclusão que redundasse nalguma medida punitiva. São completamente inoperantes!

Gustavo Sampaio escreveu um livro interessantíssimo sobre estas questões, com o título de "Os Privilegiados". Este livro que é no fundo uma grande reportagem aos meandros daquelas bancadas parlamentares, revela dados curiosos em relação às actividades extra parlamentares dos deputados. Entre outras figuras, vêm lá descrito como é que Ferreira do Amaral foi parar à Lusoponte, como é que Jorge Coelho vai parar à Mota Engil ou ainda, Pina Moura na Iberdrola.

Acontecem hoje em dia, muitos casos, não mediáticos, que poderiam revelar o estado de podridão absoluta que se vive neste meio. Por alguma razão, no norte da Europa os deputados ficam admirados, quando questionados, se existe alguma legislação em relação a esta hipotética exclusividade parlamentar nos seus países? -Eles apenas respondem, que nunca pensaram em levantar essa questão, dado que nem sequer têm tempo para levar a cabo o trabalho que têm em mãos no seu quotidiano. São formas de pensar que nós nunca iríamos entender.