quarta-feira, 25 de junho de 2014

Passa, tempo, tic-tac.

Nesta imagem, vemos um relógio de ponto. Nesta maquineta foram sendo introduzidas, ao longo destes últimos três anos, alterações, que foram condicionando as regras da relação entre o trabalhador e a sua entidade patronal. Regras essas que penalizaram de forma unilateral a parte mais desprotegida. O resultado dessas mudanças, começam agora a ser mais visíveis. Inequivocamente os ricos estão mais ricos e os pobres, mais pobres. Até a este ponto, não estou a dizer nada do outro mundo, toda a gente sabe ou desconfia que com estas mudanças nas leis laborais, a balança iria desequilibrar-se de forma evidente.
Lembro-me daquelas manifestações ruidosas, por todo o País, contestando a subida da TSU, tendo o Governo na altura dado um passo atrás. Mas aos poucos, através de leis minuciosamente introduzidas,  foram alterando o código do trabalho, como por exemplo:
    -A eliminação de alguns feriados, diminuição da remuneração das horas extraordinárias, introdução de novos impostos (temporários, diziam eles!!!), aumento do horário de trabalho, congelamento ou redução dos salários base, etc.... acabaram por penalizar ainda mais os trabalhadores.

Esta forma de ir buscar o dinheiro ao bolso dos mesmos de sempre, é estudada, de forma a que a contestação não se prolongue para além do razoável, no entender destes senhores. Depois existem os sindicatos que, marcando presença à mesa da concertação social, deveriam ter outra forma de agir. Verdade seja dita, que da parte da UGT, nem sequer reconheço a vontade de estar ao lado dos trabalhadores. Contestam de uma forma veemente na altura da notícia das alterações, mas logo a seguir preocupam-se demasiado com a próxima "pancada", esquecendo por completo os direitos, entretanto espoliados. E o  povo já desacreditou, não vale a pena, nem sequer vir para a rua.

O dito relógio de ponto foi evoluindo através dos tempos, desde a velha cartolina que se introduzia no controlador de entradas e saídas dos trabalhadores até aos dias de hoje, aonde nem precisamos de cartões magnéticos,basta o reconhecimento físico junto a estas máquinas de ponto. Em sentido contrário a esta evolução, vão exactamente os direitos laborais, penso que qualquer dia estaremos na era industrial!

       -Os excessos já se começam a notar. Pessoas obrigadas a aceitar salários abaixo do que está legislado, com a  ameaça de perderem o seu posto de trabalho. Compromisso de um contacto permanente com a empresa, mesmo em período de descanso e já ouço falar inclusive, de mulheres que lhes foram sugeridas, compromissos, em como não estão a pensar em engravidar nos próximos tempos. Aonde vamos parar????

terça-feira, 17 de junho de 2014

Ironias à parte...

-E pronto, agora seria fácil, começar a criticar a nossa selecção. Não vou por aí, prefiro assobiar para o lado e pensar que ainda vamos dar a volta e ganhar... aos Estados Unidos e ao Gana. O Fábio já não joga mais neste Mundial, acabo de saber que a lesão é irrecuperável. Não faz mal, temos lá craques prontos a substitui-lo! -Quem, perguntam vocês?
-Sei lá, eles não são 23??  -Então, alguém estará de certeza em condições para o render!
Depois, também não vamos lá ter aquele rapaz do Real Madrid, que foi expulso injustamente, só porque encostou a cabeça no alemão. Também não é o fim do mundo, porque não precisamos de andar à porrada com os americanos, afinal esta é uma competição, aonde importa saber jogar à bola. Quanto a esta verdade, qualquer central disponível fará melhor figura do que Pepe.
Quanto à táctica a apresentar contra os americanos, acredito piamente no nosso treinador, seja quem for o adversário, é sempre 4x3x3. Desde os tempos idos, da sua passagem no Sporting, Paulo Bento não muda, porque esta fórmula já apresentou muito bons resultados. Ele não muda de táctica, nem de jogadores, porque estes são os mesmos que apresentou no ultimo Europeu. Esta equipa já se conhece tão bem, que já jogam de olhos fechados.
Quanto ao facto de não termos ao serviço da nossa equipa, jogadores como o Tiago do Atlético de Madrid, o Quaresma, o Danny do Zenit ou mesmo o Antunes ou o Ricardo Carvalho, isso são cartas fora do baralho, dispensáveis neste conjunto de notáveis eleitos.
Depois, falta salientar o mais importante. Temos o melhor jogador do planeta!!!
Vocês nem imaginam a quantidade de sessões de autógrafos que Cristiano teve de realizar  em Campinas, junto ao super luxuoso resort, escolhido a dedo, para proporcionar todas as condições de trabalho aos nossos heróis. Cristiano com tanto apoio até se esqueceu que tinha uma lesão no joelho.
Os nossos jogadores, escolhidos por Jorge Mendes, desculpem queria dizer Paulo Bento, irão de certeza deixar no Brasil, uma imagem fiel daquilo que se passa no futebol português. Ainda iremos chorar muitas lágrimas...de alegria, com a performance destes eleitos.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Man Ray

                                                       Lagrimas(1932)


                                          O violoncelo de Ingres(1924)



                                                             Sem título(1930)

                                                          Preto e Branco(1926)
                                                                  O beijo(1930)


                                                              A oração(1934)
Continuando com esta minha apresentação, mestres da fotografia, hoje trago à memória, um americano que amava a pintura, mas recorrendo à fotografia para financiar a sua paixão, acabou por se notabilizar com as inovações que empreendeu com a manipulação da luz sobre o papel fotográfico. 

Nasceu em Filadélfia em 1890, começou a pintar aos cinco anos e desde logo, os pais de origem judaica, oriundos da Rússia, aperceberam-se que o seu filho ingressaria no mundo das artes. Muito jovem foi para Nova Iorque, aonde frequentou a Academia Americana de Desenho.Aí mesmo, começou a aperceber-se de algumas influências europeias. Em 1914, aventura-se no mundo da fotografia e o seu experimentalismo começa a dar nas vistas, com técnicas muito sui generis. Neste mesmo ano,casa-se com a poetisa belga, Adon Lacroix, com quem partilhava o gosto pelo surrealismo. Em 1915, realiza a sua primeira exposição na David Gallery em Manhattan e conhece Marcel Duchamp, com quem funde o movimento dadá nova-iorquino. Um movimento, aonde o absurdo impera a par da irreverencia, combate as formas de arte institucionalizadas,uma critica premente sobre o consumismo ou o capitalismo e ainda uma utilização diferente dos objectos para produzir novos conceitos de arte.

Em 1920,muda-se para Paris, afinal o sítio certo, para um homem visionário como Man Ray. Mas mesmo aqui, na capital das luzes, as suas novidades estéticas não foram bem aceites pelo mercado. Mais uma vez  teve de recorrer ao retratismo. Entre outros, fotografou, Jean Cocteau, Gertrude Stein, René Clair, James Joyce,etc... Em todo este ambiente, o surrealismo estava sempre muito presente nos trabalhos que apresentava, mesmo no campo da 7ª arte, aonde entre outros filmes, produziu "L´Étoile de Mer"(1928).

Por motivos evidentes e sendo filho de quem era, abandona Paris durante a Grande Guerra e regressa aos Estados  Unidos,onde dá aulas e desenvolve novas realidades expressivas na fotografia, criando imagens abstractas. Nunca deixou de inovar e traçou sempre uma linha disforme em função do que seria a normalidade. Desenvolve a sua arte, a Rayografia, ou fotograma, criando imagens abstractas (obtidas sem o auxílio da câmara) mas com a exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.Em 1951, regressa a Paris e em 1963, publica a autobiografia  Auto-Retrato.    Viria a falecer em 1976 com 86 anos, nesta mesma cidade.