quarta-feira, 2 de abril de 2014

Coro dos Escravos.

No ultimo dia 9 de Março, 40 mil pessoas no centro de Madrid, protestaram contra o evidente desinvestimento na cultura, por parte do Governo de Mariano Rajoy. O movimento apelidado de "Em defesa da cultura" organizaram um conjunto de 1200 vozes, que ecoaram o Coro dos Escravos de Nabucco, Giuseppe Verdi, por aquelas artérias solarengas da capital espanhola.
Os nossos vizinhos do PP, tal como acontece por cá,  tratam a cultura, como um parente pobre, esquecido e abandonado numa qualquer data, lá muito atrás. Na Praça da Independência, este hino talvez tenha acordado algumas consciências... Estas associações de escolas de musica, orquestras de câmara, companhias de circo, pintores, actores, bailarinos, e outros agentes culturais, ergueram os seus cartazes e as suas vozes, contra o estado débil em que se encontra a cultura. Mas não só, a luta pela dignidade das suas áreas de intervenção. A estupidificação da sociedade, só pode beneficiar Governos déspotas, tiranos e anti-democráticos.

Esta iniciativa, chamou-me a atenção, pelo facto de que a população em geral, ainda revela uma sentida preocupação, por este assunto. Assim não fosse e não teríamos estes milhares de pessoas acorrendo a este protesto. O povo, reconhece a importância da preservação e divulgação da cultura, como um valor essencial no seu desenvolvimento e nos valores da sua própria identidade.
Sem qualquer tipo de demagogia, acredito que todos estes Ministérios a cargo de economistas bestiais, cheios de números nos seus horizontes limitados, não tenham espaço para lirismos (tal como eles interpretam o valor da cultura) em tempos de grandes dificuldades. Mas delegar a cultura para um canto, poderá ser um erro grave que poderá vir a emperrar, as suas máquinas calculadoras, num futuro bem próximo. A riqueza da cultura ibérica, não merece ter esta gente medíocre a decidir, pelo seu desenvolvimento ou  a sua pura extinção!