quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Pobre mealheiro!

       Os institutos que estudam estes assuntos, lançaram hoje na opinião pública uma descoberta fantástica. Os portuguesinhos estão a poupar menos do que nunca!
       Não, porque andem a gastar muito mais, mas porque ganham muito pouco!
       Realmente, seria preciso um instituto muito especializado na matéria, para nos apresentar este cenário. Quando à uns tempos, o Governo veio declarar o principio do fim da crise, começaram a vislumbrar-se uns comportamentos menos cautelosos. A venda de veículos aumentou, o crédito para habitação própria, também deu sinal de vida, o consumo das famílias tomou outro rumo, ou seja, os portuguesinhos começaram a "partir os porquinhos". Reanimaram a procura interna e as importações aumentaram. Naturalmente que os dados agora divulgados, vêm provar, que ainda não recuperámos dos valores gigantescos de crédito mal parado, mas já andamos a gastar o que temos e principalmente o que não temos. Durante pouco tempo, fomos poupadinhos, cheios de medo do "papão" da crise, alguns até colocaram as suas economias em lugares fiáveis e com remunerações acima da média, caso do BES. Mas logo se chegou à conclusão que para poupar dessa forma, mais vale ir gastando ou em último caso, abrir uma conta no "colchão" mais  próximo.

          -Todos estes dados que vamos tendo conhecimento, a partir do momento em que começámos a abrir os cordões à bolsa, faz-nos parar e reflectir um pouco. O INE conclui, que ganhamos pouco, (portanto não podemos poupar muito, como é evidente) por outro lado temos algumas empresas a divulgar ganhos nunca antes vistos. Os novos ricos florescem como cogumelos, mas o ordenado mínimo teima em ficar pelos 500 euros. Diz o presidente da CIP, António Saraiva que não pode existir uma melhor distribuição dos lucros, quando não existe maior produtividade!? -E afirma a seguir "... Colocar o ordenado mínimo perto dos 600€ ou reverter as medidas laborais que ajudaram as empresas a revitalizarem-se, é uma verdadeira utopia e não vamos deixar que isso aconteça..."

     Conclusão, com as medidas ultra conservadoras do Governo Passos Coelho, tudo estava a entrar na linha. Ordenados baixos, regalias sociais pela hora da morte e lucros à parva para os mesmos de sempre. Soou o gongo da possível chegada de uma coligação à esquerda, os senhores parecem umas baratas tontas e fazem zunir os seus alarmismos por todos os corredores do poder. Voltámos aos dias do PREC, anunciam eles!!!!

          -Um bom sinal, seria termos a noção exacta de que os dias que aí vêm, não se vislumbra,  podermos desapertar o cinto e a justiça social possa ser reposta de um dia para o outro, até porque tenho a certeza de que as "famílias" Melo, Champalimaud, Espírito Santo, Jerónimo Martins, etc... vão conseguir manter os seus impérios através dos canais do costume, nem que para isso tenham de desestabilizar primeiro, para depois se voltarem a instalar. Já acontece, à muito tempo...

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O esplendor da autocracia


"...É proibido não rir dos problemas                                        

Não lutar pelo que se quer 
Abandonar tudo por medo
Não transformar sonhos em realidade
Ter medo da vida e de seus compromissos
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro..."


     - Pablo Neruda 





   - Mais uma vez, neste meu espaço, sou obrigado a bater na mesma tecla. Angola continua a querer ter lugar à  mesa dos países, ditos democráticos. Continua a afirmar que realizam eleições livres de tantos em tantos anos. Continuam a ter usufruto de uma série de benesses a nível internacional, como se não tivessem no seu poder, um senhor que viola, os mais elementares direitos humanos do seu próprio povo. Pergunta óbvia, não existem formas de pressionar, a nível da Comunidade Europeia ou mesmo na ONU, o senhor presidente da Republica (????) de Angola?

  - Já para não falar do inenarrável Ministro dos Negócios Estrangeiros português. Cada vez que abre a boca ou interfere num assunto delicado, resulta naquilo que todos receiam. Por outro lado, como é evidente, não convêm levantar muita poeira, não vá a filha do dito senhor Eduardo dos Santos, entrar por aí dentro e dar-nos um "raspanete". A nível político como económico, estamos esclarecidos, eles vão-se fazer de mortos. Só que, apesar do controle que existe nos bastidores editoriais dos média, por parte de grupos económicos com vastos interesses em Angola, a tomada de posição do luso-angolano Luaty Beirão veio complicar a missão da comunicação social portuguesa. Estão um pouco "perdidos", porque não existe maneira de não dar destaque a este assunto. 

   -As vigílias sucedem-se, cada vez com mais gente e esta situação faz-me lembrar aqueles dias de luta por Timor. Foram jornadas de luta que eu nunca esquecerei, quando  a nossa força chegou bem longe. O povo português falou a uma só voz e tivemos sucesso, ajudámos a garantir a libertação de uma nação. Desta vez, a realidade é outra, os agentes políticos tanto em Belém como em São Bento é o que todos sabemos, infelizmente e  o que está em causa, é a libertação de um grupo de pessoas que "conspirava" contra um denominado governo democrático. Espero que Luaty e companhia, não lhes  esmoreça esta vontade de denunciar um regime autocrático e corrupto, que tal como Neruda um dia disse, não abdiquem de ..."tornar os seus sonhos em realidade..."

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Número Zero

          Durante 4 anos, não publicou e agora reaparece com um livro de protesto. Um protesto contra todos aqueles que se dedicam a tornar o jornalismo no veículo principal para escamotear a realidade e transmitir mensagens "convenientes" a certos grupos económicos ou partidos políticos.

           Quando escolhemos um jornal, sintonizamos uma estação de rádio ou preferimos um determinado canal de televisão, estamos a seguir um raciocínio, baseado nas nossas convicções, na perspectiva de encontrarmos informação isenta, clarividente. Mas quando descobrimos que por detrás das escolhas feitas, estão jogos de bastidores, truques editoriais, falhas premeditadas, jornalistas que se esqueceram das regras mais elementares, a ética profissional que deixaram pendurada no cabide ao entrarem em cena. Poderíamos nessa altura, indagar sobre a origem desse comportamento???

             -Talvez descobrindo o porquê desta ignóbil forma de manipulação da opinião pública pudesse levar-nos ao cerne da questão. Por experiência própria, existirá sempre um "muro" difícil de derrubar, baseado na ideia de que, os que buscam ir mais além, são acusados de teorizarem muita conspiração  e de não possuírem  provas credíveis, para seguir em frente.

               Ao ler estas palavras sábias de Eco, sobre vários números zero de uma publicação que nunca deveria ter futuro, lembrei-me do estado em que está a nossa comunicação social, que à semelhança de toda a Europa, luta por ser credível, mas cada vez mais, dá mostras de gato escondido com o rabo de fora. Exemplo ultimo e flagrante. António Costa, surpreende Passos com uma possível aliança à esquerda. A direita encolhe-se toda e fala em golpe de estado, as agências de rating fazem ameaças, de Bruxelas vêm avisos de retrocesso nas metas quase atingidas e a Comunicação Social associa-se à diabolização duma possível maioria inédita em Portugal!!!
Está montado o circo, agora basta vir o público,vendem-se todos os bilhetes e vai ser um sucesso de "malabarismos" da verdade! O espectáculo têm que continuar

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Devaneios ortocromáticos VII


                                                                                                                                                     
Ilha do Faial - Marginal da Horta
Vila de Sintra
Lia na Praia de São Torpes- Sines


Lia na Lagoa Azul- Sintra
Sombras I   Lumina - Cascais

Sombras II   Lumina - Cascais



Auto retrato.