terça-feira, 19 de julho de 2011
Robert Doisneau
" O acordeonista da Rue Mouffetard " -1951
" O Beijo do Hotel de Ville " -1950
" Os irmãos " -1934
" O inferno " - 1952
" A bicicleta de Tati " -1949
"Penso que o papel do fotógrafo é o de observador privilegiado, que pode entrar em todos os sítios", são palavras de Robert Doisneau, que soube melhor do que ninguém tirar proveito de uma cidade como Paris, foi aliás considerado como o fotógrafo da cidade do século XX.
Nasceu nos arredores de Paris em 1912, travou conhecimento com o surrealismo, a corrente vanguardista que dominou a capital francesa entre as duas guerras mundiais. O seu espírito humanista e a forma como retratava o ambiente parisiense caracterizou toda a sua obra. Deixo aqui alguns dos melhores exemplos daquilo que acabo de afirmar, começou por trabalhar com André Vigneau, escultor e fotógrafo de moda ligado ao surrealismo e que o introduziu no mundo da fotografia publicitária enquanto obra de arte. Mais tarde, antes da Segunda Grande Guerra, trabalhou na Renault como fotógrafo publicitário e reforçou o seu espírito e compromisso com as classes mais desfavorecidas. Aos domingos pegava na sua Rolleiflex e retratava de uma forma subtil os habitantes dos subúrbios de Paris e traduzia nas suas expressões estes momentos conturbados de uma nação ocupada pelos nazis. Colaborou com a resistência ao forjar alguns documentos e imagens retirados do Ministério dos Desportos e Juventude aonde passou a trabalhar durante a guerra.
Viveu sempre em Paris, a sua cidade, a quem dedicou toda a sua obra, faleceu em 1994, depois de ter integrado agências como a Magnum, a Rapho (aonde permaneceu mais de meio século) e de ter importantes colaborações com a Vogue, Paris Match, Le PointPicture, Post, Life, etc...Os seus planos intimistas e por vezes poéticos baseavam-se na empatia que criava com os seus modelos anónimos, o fotógrafo fazia-os sentir que era como eles. Num curso de fotografia que recentemente tirei, o meu professor deu-nos conta de como é difícil estarmos na rua, no meio de uma multidão e conseguirmos ter a mestria de nos envolver e ao mesmo tempo sermos discretos de forma a conseguir o plano e o momento exato. Este mestre francês conseguia-o de uma forma magistral!
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