Os institutos que estudam estes assuntos, lançaram hoje na opinião pública uma descoberta fantástica. Os portuguesinhos estão a poupar menos do que nunca!
Não, porque andem a gastar muito mais, mas porque ganham muito pouco!
Realmente, seria preciso um instituto muito especializado na matéria, para nos apresentar este cenário. Quando à uns tempos, o Governo veio declarar o principio do fim da crise, começaram a vislumbrar-se uns comportamentos menos cautelosos. A venda de veículos aumentou, o crédito para habitação própria, também deu sinal de vida, o consumo das famílias tomou outro rumo, ou seja, os portuguesinhos começaram a "partir os porquinhos". Reanimaram a procura interna e as importações aumentaram. Naturalmente que os dados agora divulgados, vêm provar, que ainda não recuperámos dos valores gigantescos de crédito mal parado, mas já andamos a gastar o que temos e principalmente o que não temos. Durante pouco tempo, fomos poupadinhos, cheios de medo do "papão" da crise, alguns até colocaram as suas economias em lugares fiáveis e com remunerações acima da média, caso do BES. Mas logo se chegou à conclusão que para poupar dessa forma, mais vale ir gastando ou em último caso, abrir uma conta no "colchão" mais próximo.
-Todos estes dados que vamos tendo conhecimento, a partir do momento em que começámos a abrir os cordões à bolsa, faz-nos parar e reflectir um pouco. O INE conclui, que ganhamos pouco, (portanto não podemos poupar muito, como é evidente) por outro lado temos algumas empresas a divulgar ganhos nunca antes vistos. Os novos ricos florescem como cogumelos, mas o ordenado mínimo teima em ficar pelos 500 euros. Diz o presidente da CIP, António Saraiva que não pode existir uma melhor distribuição dos lucros, quando não existe maior produtividade!? -E afirma a seguir "... Colocar o ordenado mínimo perto dos 600€ ou reverter as medidas laborais que ajudaram as empresas a revitalizarem-se, é uma verdadeira utopia e não vamos deixar que isso aconteça..."
Conclusão, com as medidas ultra conservadoras do Governo Passos Coelho, tudo estava a entrar na linha. Ordenados baixos, regalias sociais pela hora da morte e lucros à parva para os mesmos de sempre. Soou o gongo da possível chegada de uma coligação à esquerda, os senhores parecem umas baratas tontas e fazem zunir os seus alarmismos por todos os corredores do poder. Voltámos aos dias do PREC, anunciam eles!!!!
-Um bom sinal, seria termos a noção exacta de que os dias que aí vêm, não se vislumbra, podermos desapertar o cinto e a justiça social possa ser reposta de um dia para o outro, até porque tenho a certeza de que as "famílias" Melo, Champalimaud, Espírito Santo, Jerónimo Martins, etc... vão conseguir manter os seus impérios através dos canais do costume, nem que para isso tenham de desestabilizar primeiro, para depois se voltarem a instalar. Já acontece, à muito tempo...