terça-feira, 21 de junho de 2011
15-M, 16-M, 17-M, 18-M, 19-M, 20-M, 21-M....
Estava ontem a desfolhar um jornal centenário espanhol, "La Vanguardia" e reparei neste pequeno cartoon de Toni Batllori, que me chamou desde logo à atenção. Recortei e apresento-vos hoje aqui. O chamado grupo de indignados 15-M têm perpetuado em Espanha uma consistência na reivindicação dos seus pontos de vista muito para além do que seria expectável pela classe política e neste momento o Movimento começa a fazer-se respeitar ao ponto de nesta Terça-feira, todos os grupos parlamentares em uníssono, decidiram levar em consideração algumas das tomadas de posição deste grupo, nas suas já famosas assembleias que decorrem geralmente no final de cada protesto. Algo está a mudar, nem que seja só para sossegar mentes inquietas. O PP prepara-se para atacar o poder após a sua vitória estrondosa no ultimo escrutínio eleitoral, aonde conquistaram Câmaras que pertenciam aos socialistas desde sempre. Mas, não lhes interessa ir nesta avalanche de protestos porque por um lado, de certeza que ainda se lembram como Aznar foi colocado na rua à uns anitos e depois, porque o seu conservadorismo e as ideias liberais que intentam protagonizar num futuro muito próximo de governação ativa não são compatíveis com as ideias dos indignados. Por agora, apenas pretendem que a imagem dos socialistas se vá desgastando com toda estes protestos e entretanto vão pressionando o Ministério do Interior de Rubalcaba para intervir energicamente contra estes jovens que põem em causa a ordem pública e demonstram não ter respeito pelos valores mais éticos da democracia espanhola, segundo os seus comentários subliminares. Uma estratégia que infelizmente irá dar os seus resultados práticos, caso os socialistas não tenham o bom senso de demarcarem-se da sua responsabilidade de levar esta legislatura até ao final e desde já chamarem à liça todas as forças partidárias para enfrentarem este período extremamente difícil para o País, constituindo um Governo de Salvação Nacional. Tenho seguido com redobrado interesse toda a evolução da situação tanto em Espanha como na Grécia, já que em Portugal e na Irlanda estamos num período de falsa esperança de que algo vá mudar. Continuamos a sugerir a nós próprios de que estes novos mandatos vão fazer a diferença, pura ilusão!!! -Mais cedo ou mais tarde estamos na situação da Grécia, mas entretanto vai tudo para o Algarve de férias porque a crise têm tempo para nos dar cabo da cabeça.
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