Clara Ferreira Alves, é uma dessas mentes esclarecidas, a quem eu aprendi a respeitar desde os tempos do seu excelente programa na RTP2, o "Falatório" em 1996. Já nessa altura, e se tivermos a curiosidade de rever alguns desses episódios, podemos constatar da excelência dos convidados por si escolhidos a dedo. É uma pérola, que eu recomendo visionamento urgente na RTP Memória. Mais recentemente, temos tido a oportunidade e o prazer de a ver no programa da SIC Notícias, "O Eixo do Mal". E naquele painel, apesar de estar muito bem acompanhada, ela destaca-se pelo discurso escorreito e destemido. Uma verdadeira mulher de coragem, que não embarca em opinar superficialmente, corta a direito e doa a quem doer, as ideias são construídas, sem ter medo de polémicas.
Acabei de ler o seu livro "Estado de Guerra" (recomendo vivamente) e pontualmente leio também as suas crónicas no "Expresso". A sua escrita é também reveladora da sua vontade de fugir aos lugares comuns e vinca bem a forma como sempre encarou a vida. Olhos nos olhos e sem hipocrisias.
Esta cronista, jornalista e escritora, já dirigiu a casa Fernando Pessoa, entre muitas outras coisas, um dia afirmou que "a escrita é uma forma de liberdade", e gostaria também de receber o prémio Nobel. Talvez não ganhe, mas o prémio de uma das mentes mais esclarecidas e incómodas do nosso tempo, esse não lhe poderemos negar.
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