quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Um herói anónimo.

Mais um episódio surreal, sobre o destino de muitos milhares de euros que o Governo tenta todos os dias, aliviar dos nossos bolsos. Só que desta vez, no meio da embrulhada, existe um "herói!"

Tudo têm o seu inicio, numa inauguração do Hospital Pediátrico de Coimbra em 2011. Nessa obra, foram gastos 27 milhões de euros, com uma derrapagem de 10 milhões, devido a um alegado curso de água, que supostamente passava no subsolo do terreno adjacente à  obra, mais a rocha que encontraram e tiveram de usar explosivos para resolver o assunto. Custos acrescidos, que já fazem parte destes negócios, entre o Estado e uma qualquer empresa de construção, neste caso, a Somague.

Durante o decorrer da construção do edifício, é normal nesta área, existirem inspecções, levadas a cabo pela Inspecção Geral das Actividades e Saúde. Um senhor de nome, João Costa da Silva, escreveu vários relatórios, para esta entidade, revelando que existiam deficiências graves na forma como a empresa estava a levar a cabo, os seus trabalhos. Tal como a inexistência de qualquer curso de água ou ao facto de terem encontrado terreno rochoso. Este engenheiro, sabe-se lá porquê(?), foi proibido de entrar mais na obra, tal como lhe foi retirada a possibilidade de mexer mais nesse dossier. Apesar desse facto, este técnico de construção civil, enviou um relatório ao Tribunal de Contas em 2011, descrevendo o processo desde o inicio e justificando o seu acto, como um dever cívico. Um dever que se sobrepunha a toda a corrupção e a burla evidente, que minou este processo desde o inicio e que ele, testemunhando-o, tinha a obrigação moral de o denunciar.

Passados, exactamente dois anos, temos a notícia de um Hospital, com problemas muito sérios de construção, graves ao ponto de ter que encerrar. Naturalmente, a Policia Judiciária, está no terreno e procede-se agora a uma investigação que naturalmente irá terminar lá para as calendas... Para já, são mais 5 milhões para "tapar os buracos" e dessa forma, encarecer uma obra já de si, muito dispendiosa.

Esta mesma Inspecção Geral da Saúde, está agora, mais preocupada em elaborar relatórios difamatórios, acerca do estado da Maternidade Alfredo da Costa, porque naturalmente este Governo deu indicações, que precisam de mais algumas razões para encerrar, o quanto antes, esse edifício. Uma espécie de obsessão do senhor Ministro da Saúde, que relativizou, todos os pareceres técnicos, para agir de forma contrária.

Este nosso "herói", não  deveria  ser uma excepção, mas sim a regra, num País, cada vez mais corroído por estas negociatas, que custam sempre mais, aos que menos a poderiam suportar.

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