Neste mundo das comunicações temos de aprender depressa com os sinais que nos chegam, fechar os olhos às tendências, significa extinção de qualquer género. Este novo milénio, traz-nos ventos de mudança, na forma como pretendemos receber a informação, não é novidade o crescente poder da Internet sobre toda a concorrência. No caso da televisão, terá naturalmente de se reinventar , procurar formas de captar a atenção.
Mas em vez de se estudar uma mudança de mentalidades, têm-se falado muito sobre a possível privatização da RTP, nunca estivemos tão perto que isso aconteça como agora, primeiro por causa dos resultados que a empresa apresenta, depois devido à situação económica e por último, graças a este Governo, tal como Midas, em tudo o que tocava transformava em ouro, neste caso tudo o que Passos toca, vira uma empresa privada. É o liberalismo na sua máxima expressão. O pior, neste caso é a forma como tudo isto se vai processando, digno de uma telenovela mexicana da pior qualidade.
O Relvas deitou esta cá para fora. Para final de 2012, aquando da concretização deste projecto, vamos deixar de ter publicidade no canal público. Perda de 30 milhões de receitas com esta decisão, as consequências serão mais gravosas do que a rescisão de 300 trabalhadores prevista e na mira deste senhor está um favorzinho que irá fazer aos canais privados, deliciados com esta perspectiva. Claro que estes favores são depois cobrados, de que forma?- Existem mil e uma maneiras, uma delas será o de contribuir para a manipulação da informação à apresentar por esses canais, entre outras menos visíveis. Se querem um exemplo daquilo que acabo de afirmar, reparem na mudança de atitude que a SIC Noticias teve a partir do momento que os laranjinhas chegaram ao poder. A linha editorial dos seus noticiários começaram a ser tendenciosos, revelando o óbvio e esquecendo sistematicamente de ler nas entrelinhas como era seu timbre. Naturalmente que Balsemão, vestiu novamente a camisola do PSD e puxa por os seus galões na hora de pressionar os seus colaboradores directos. Esta conivência entre o poder e a comunicação social é estudada à muito tempo mas as conclusões são sempre difíceis de aceitar ou provar.
Enquanto estamos entretidos com estes jogos, nos bastidores as negociatas continuam a bom ritmo e os grupos de trabalho ( mais uns cêntimos que se gastam para dar a ganhar a uns tantos amigos) vão apresentando conclusões de bradar aos céus, como a extinção da entidade reguladora!- Por um lado compreendo, porque as entidades reguladoras em Portugal não fazem absolutamente nada, por outro, acredito que sem regulação será mais fácil de controlar a comunicação social. As queixas irão sempre cair em saco roto.
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