terça-feira, 9 de setembro de 2008

Tradições.

Retirei este pequeno recorte de uma revista semanal, chamou-me a atenção que a tradição na minha cidade ainda não morreu em todos os lugares.
Eu nasci nesta cidade cheia de luz que encanta todos os que a visitam e cresci neste ambiente caracteristico de bairros populares. Conheci personagens que marcavam com a sua presença diária um misto entre os que chegavam da provincia e se aventuravam na capital e os alfacinhas marialvas sempre predispostos para a farra e a trapaça. Os meus pais chegaram aqui vindos do Norte no final dos anos 50, e conseguiram com muito esforço desenvolver a sua independencia através de negócio próprio. Quando ainda se falava que se podia caminhar por vielas estreitas e escuras de Lisboa sem qualquer problema de segurança, já os meus pais tinham sido assaltados por mais que uma vez e lidavamos com famosos carteiristas da praça, que se gabavam dos seus feitos, bem alto para quem os queria ouvir.
Tal como referi, aprendi a conhecer as suas feições , os seus gestos, a sua maneira perspicaz de se tornarem discretos. Desde de jovem que comecei a frequentar os transportes publicos e sabia jogar á defesa, sabia tambem, perfeitamente quando alguem ia gritar "...ai SOCORRO que me levaram a carteira..." . Eram "artistas", faziam a "limpeza" de uma forma subtil e as mãozinhas eram o que de mais importante possuiam. Uma "arte" que pelos vistos ainda perdura. Talvez por isso é que em certos países árabes a pena para este tipo de crime, é sem mais nem menos cinco dedinhos a saltar em praça pública. Mas António Costa no alto do seu pelouro não intervêm nesta carreira 28 porquê?
Porque está a defender as poucas tradições alfacinhas que ainda se presenciam na cidade das sete colinas.