quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Frases soltas




Errar é humano. Culpar outra pessoa é política.
Hubert H. Humphrey

Quando Gaspar e seus amigos, repetem vezes sem conta, estarem no caminho certo a tentar corrigir erros de um passado recente, compreendemos Hubert.


A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano.
Voltaire

Quando Gaspar e seus correligionários evocam a necessidade de uma violenta carga fiscal para o ano e justificam com a promessa de melhores dias num futuro (??) próximo. Não deveríamos desconfiar desta recuperação célere, sacrificando tudo e quase todos?
Será que já estamos no campo da perversão para explicar este orçamento?


A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.
Winston Churchill

Neste caso, poderíamos afirmar que o felino Cavaco já gastou as suas sete vidas!!!! 


Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta.
John Galbraith

Só dessa forma, conseguimos compreender as entrevistas dadas por Passos Coelho, antes das eleições, sobre matérias cruciais, como o aumento de impostos.


Não há nada de errado com aqueles que não
gostam de política, simplesmente serão
governados por aqueles gostam.
Platão

Uma verdade cada vez mais presente na nossa Assembleia da República. Quando votamos, ninguém sabe quem se vai sentar naquelas cadeiras, Depois, olhamos resignados e verificamos a decadência dos valores em questão, com o passar dos tempos. Existe muito boa gente, que ali, poderiam ajudar este País a singrar, com as velas ao alto, mesmo atravessando tempestades e ventos cruzados. Simplesmente, essa gente capaz já não têm pachorra para estes jogos.


Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem.
Bertold Brecht

Termino, com esta frase de Brecht, para mais uma vez salientar a importância de nunca deixarmos estes senhores destruir o sonho de Abril. A apatia e a ignorância do que se passa à nossa volta, são duas caracteristicas aliadas do poder. A resiliência, que tantas vezes é repetida pelo primeiro ministro, como sendo prioridade na nossa forma de estar, é altura de contrapormos com uma vontade de lhe mostrar, que a corda de uma vez por todas partiu. Nós sabemos quem são os malfeitores da vida pública!



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Profissionais da amargura.

Este filme de Jason Reitman, com George Clooney de 2010, é uma história disseminada cada vez mais para a nossa realidade. Profissionais, treinados para comunicar aos trabalhadores o seu despedimento. Cada vez mais em Portugal, existem escritórios de advogados especializados em apoio jurídico e consultorias a empresas em fase de reestruturação. Muitas vezes, contratados para coordenar processos de despedimento colectivo e lay-off. Percorrem o país de norte a sul, para dar aquela notícia que ninguém quer receber. A par destes profissionais também os psicólogos especialistas em Recursos Humanos, também têm tido muita procura, por parte das empresas que não querem fazer o trabalho mais complicado.

Como todos já deveriam saber, o Governo está cada vez  mais "Nas Nuvens" (como o título do filme em questão) e a realidade vai-nos mostrando números assustadores. As empresas tentam escapar aos impostos destruidores e canalizam as soluções para a vertente mais frágil, ou seja a dispensa sistemática de funcionários. Perante o Estado, pedem timidamente a redução da carga fiscal mas avançam sempre com ideias, sobre a forma de se poderem descartar, das suas responsabilidades e enfraquecer os direitos adquiridos dos trabalhadores. A balança cada vez está mais desequilibrada e sob a capa de uma crise que é real, existe muita gente a querer tirar proveito desta situação. Nunca o Tribunal de Trabalho teve tantos processos pendentes como hoje em dia, existem audiências a ser marcadas para Dezembro de....2013!!!!!

Achei curioso o Primeiro Ministro, congratular-se no dia da greve geral, com toda a população que decidiu ir trabalhar.Que remédio, temos nós? -Como é possível, a uma pessoa com este cargo, alienar-se e não conseguir observar, especialmente no sector privado, que ninguém arrisca ser apontado como potencial sindicalista, agitador e outros títulos abusivos por parte da entidade patronal, de forma a ser um  próximo forte candidato a ir para o olho da rua.




quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Willy Ronis

                                        " Pequeno parisience".(1952) /Rapho/ Eyedea/ Contacto

                                            "Boulevard Verbena " (1947)/Rapho/ Eyedea/ Contacto

                                 "Cruzamento da  Rue Vilin/ Rue Piat " (1959)/Rapho/ Eyedea/ Contacto

                                          " Os apaixona dos da Bastilla" (1957)/Rapho/ Eyedea/ Contacto

                                              " Chuva na Place Vendome " (1947) /Rapho/ Eyedea/ Contacto

Na sequência da apresentação dos Grandes Mestres de Fotografia, Willy Ronis é um vulto muito especial e que me agrada por diversas razões. A primeira das quais, porque se trata de um homem de esquerda, que lutou sempre contra os despotismos, o fascismo, e a ganância do poder. Depois porque é um humanista de mão cheia e a terceira razão porque retratou Paris, de uma forma ímpar e eu sou um apaixonado por Cidade das luzes. Willy Ronis, nasceu precisamente em Paris, em 1910, o seu pai era fotógrafo, mas ele não quis seguir as pisadas do progenitor , pelo menos na sua juventude. Optou pelo desenho e pela música. Mas foi sol de pouca dura, já que teve de recorrer em 1932 ao estúdio do pai, fotografando de início  casamentos e baptizados. Por lá se manteve até à morte deste em 1936. Com o avanço do fascismo pela Europa, começou a usar a fotografia como arma de luta. Foi colaborador da resistência durante a ocupação nazi, e publica nesta altura as suas primeiras imagens na imprensa. Em todas elas, está bem patente a sua preocupação em mostrar uma forma de reivindicação social e as ideias de esquerda. No final da 2ª Grande Guerra e após o seu casamento, o trabalho que produz começa a ser reconhecido mundialmente, imagens do regresso dos prisioneiros  que escaparam aos campos de concentração nazi, foram publicadas na Point de Vue, Time, Life  e Picture Post. Filiado no Partido Comunista Francês, tornou-se amigo do poeta Luis Aragon. Por essa altura continuava a retratar as manifestações, as greves e as ocupações fabris. Um desses exemplares, de carácter sindical, foi publicado nos Estados Unidos, acompanhado de uma crítica depreciativa, o que lhe provocou desagrado. Reagiu, comentando o seu  ponto de vista sobre a "imprensa imperialista". A partir daí, o seu nome entra na famosa "lista negra" e a imprensa "anglo-saxónica" prescinde da sua colaboração.

Passa por uma fase de esquecimento e na década de 70, a revista Photographe resgata a importância da sua obra. Em 1980, foi nomeado presidente honorário da Associação Francesa de Repórteres Fotográficos. Em 1983, Ronis legou o conjunto da sua obra ao Estado francês.
 

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

The Charles River

Quando chega a altura das eleições nos Estados Unidos, lembro-me sempre dos anos que passei em Boston. Tive a sorte suprema de quando cheguei aquela parte do mundo, uma conjugação de factores, abriram-me muitas portas. Primeiro, e a mais importante, a família que me recebeu de braços abertos e proporcionou-me uma adaptação suave e calma. Um emprego à minha espera, e quando refiro este pormenor, estou-me a lembrar dos muitos portugueses que ultimamente têm rumado a outras paragens, sem terem uma perspectiva do que irão encontrar, e muitas vezes têm de regressar, porque entre as promessas e a realidade, a diferença, muitas vezes é colossal e intransponivel. Uma das cidades mais eclécticas que poderia encontrar a nível mundial, dado que vêm desaguar a estas paragens, as comunidades mais díspares, á procura de construir os seus sonhos. A razão principal passa por esta cidade acolher duas universidades como Harvard e o MIT, a conjugação destes factores só por si, poderiam propiciar aquele ambiente descomplexado e a coexistência harmoniosa do respeito pelas pessoas diferentes.

Deixei para ultimo, um dos factores que mais importância teve na minha prolongada estadia naquele País. Quando ali cheguei no inicio dos anos 90, era Clinton o inquilino da Casa Branca e garanto-vos que se fosse um republicano a minha vida teria outro rumo, de certeza absoluta. Senão vejamos, no que diz respeito à politica seguida por o último republicano que habitou a cadeira do poder e falando concretamente na emigração, foi um autêntico desastre. Aliás, ainda estou para descobrir qual foi a área governamental aonde esse senhor tenha feito algo de positivo? -Tentou colmatar as suas deficiências naturais com decisões difíceis de definir, sem chegarmos ao insulto puro e duro. Após o 11 de Setembro, penso que muita gente inocente foi tragada por decisões indiscriminadas, gente que pertencia a comunidades  que na sua génese, ajudaram também a construir este País. A vontade indómita de dificultar a vida dos emigrantes roçou a xenofobia, principalmente os que tinham origem árabe. Ainda passou pouco tempo, portanto, depois de 8 anos de gafes atrás de gafes, seria imperdoável, os americanos darem oportunidade novamente a um republicano de se sentar naquela cadeira. Eu sei que Romney não é Bush, mas as suas ideias parecem ser similares, é melhor não arriscar!!!

Como estamos em noite de eleições e concluindo o meu raciocínio. Prevejo e desejo uma grande vitória de Obama, (apesar de me ter desapontado nalgumas reformas prometidas e não concretizadas neste primeiro mandato) e que neste segundo mandato seja mais fiel às suas ideias originais. Quanto a Boston, estará sempre no meu coração e um dia, eu sei que irei voltar às margens do Charles River e nunca perder o meu direito a sonhar.