quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A Ponte a pé!

Este tema dos protestos na Ponte 25 de Abril, veio novamente à memória das pessoas, por causa da Manifestação da CGTP, marcada para o próximo dia 19, exactamente naquele local. Eu já tive ocasião de afirmar que estes eventos, organizados por esta central sindical, não têm qualquer efeito prático. O governo, invariavelmente, assobia para o lado, sempre que ao fim de semana, se juntam uns milhares de pessoas, percorrendo uma artéria da capital, gritando sempre as mesmas palavras de ordem e desmobilizando na hora combinada com as forças de segurança. Imagem de marca, bandeirinhas debaixo do braço e sentimento do dever cumprido, rumo aos seus lares.

Arménio Carlos, quis desta vez, mexer um pouco nas regras do jogo e atravessar as pontes emblemáticas, nas duas principais cidades do País. Esta decisão, está a provocar celeuma, porque o Instituto de Segurança da Ponte, desaconselha este tipo de iniciativas, invoca "diversos riscos". A CGTP não compreende estes entraves, já que ali se realizam vários eventos de cariz desportivo e porque a própria estrutura sindical adoptou várias medidas, para que a manifestação se desenrolasse de uma forma segura. Entretanto, o assunto já está nas mãos das Câmaras de Lisboa e Almada, que irão emitir os seus pareceres.

A Ponte 25 de Abril, já teve vários episódios, principalmente a seguir à Revolução dos Cravos, que produziam capas de jornal. Longas horas de espera em cima do tabuleiro, porque no chamado "garrafão", o MFA tentava revistar minuciosamente as bagageiras dos carros, à procura de armamento. Períodos muito conturbados, que parece, pairam ainda sobre algumas mentes. Cavaco, também ainda não esqueceu, de certeza, o famoso buzinão , que tantos pesadelos lhe deve ter provocado. Existem, medos no ar!

Enquanto, nas provas desportivas, existem patrocinadores que garantem a receita, que a Lusoponte perde naquelas horas, neste caso, eles não estão preocupados com o controle de multidões ou outro tipo de questões de segurança. Eles estão preocupados é com os euros que deixam de cair na bolsa a cada segundo que passa.

Termino, lembrando algo que Gandhi, afirmou um dia...."a função da resistência civil é provocar reacção. Vamos continuar a provocar... até que reajam ou mudem as leis. Eles não controlam. Nós controlamos!
-Esta é a força da resistência civil..."

Até hoje, o povo português,  neste período em que estamos sob a alçada da Troika, nunca soube organizar-se, de forma,a dar entender a meia dúzia de pessoas, que aqueles que sofrem na pele, o resultado de todas estas medidas penalizadoras, são muitos, e essa força unida, era de certeza suficiente para percorrermos outros caminhos.