quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Borgen

       


   -Poderá ser esta semana, que a Europa, terá um sinal de viragem, neste cinzentismo alemão, que nos subjuga de uma forma cínica e disfarçada. Eu afirmei, poderá, porque na política, a verdade do presente é o seu contrário no futuro. Existem perspectivas de mudança, na forma de estar no poder, que a mim não me entusiasmam. Foi o caso da viragem à pseudo esquerda, nas últimas eleições em França, foi também o exemplo do que aconteceu em Itália ou a perspectiva de ficarmos na mesma, com António Costa em São Bento. Nada irá mudar, significativamente.


         -O próximo fim de semana, o Syriza promete ser uma lufada de ar fresco, que tanto ansiamos. A perspectiva de precisar de uma coligação com o centro esquerda, para formar um Governo de maioria, não me deixa ficar descansado, quanto aos possíveis jogos de bastidores, que se irão seguir. As cedências poderão comprometer a matriz do partido de Alexis Tsipras e essas mudanças necessárias, poderão desvirtuar o essencial. Mas para que isso tudo aconteça, vamos pensar primeiro, na vitória do Syriza, apesar das constantes "ameaças" da senhora Merkel e o seu "bando".
              -Neste momento, a RTP 2 exibe uma série dinamarquesa, que muita tinta têm feito correr  e não deixa ninguém indiferente. Os prémios e nomeações, que já lhes atribuíram, são prova da qualidade apresentada. O fio narrativo da série, começa com a  chegada ao poder de uma senhora do Partido dos Moderadores, com ideias muito claras, sobre as qualidades éticas que poderiam fazer dela, uma referência na forma de estar na política. No decorrer da série, é apresentada de forma muito clara, as variadíssimas formas de pressão que acabam por desvirtuar toda a sua boa vontade. Essas formas de pressão,são incontáveis e têm origem, tanto no seu próprio partido, como nos partidos de coligação, como nos seus parceiros europeus, como no magnata com influência suficiente, para demover os governantes de implementarem regras que os possa prejudicar, como ainda no peso da imprensa. Os jogos nos bastidores do poder, são na maioria das vezes, jogados com regras pouco ortodoxas. A política é isso mesmo, não sejamos ingénuos.