quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Já agora, vamos cantar todos!


À cerca de dois anos, escrevi neste blogue, o importante que seria, sairmos à rua para demonstrarmos o nosso repúdio pela corja de políticos que nos governava, liderada pelo ex-engenheirinho e recente filósofo, Sócrates de seu nome. Assim, o 12 de Março foi um bom impulso para nos vermos livres desses senhores. No passado 15 de Setembro, essa demonstração de força reflectiu-se numa marcha-atrás comprometedora, na espatafúrdia ideia de aumentar a TSU.

Muita gente começa a interrogar-se sobre o estado da nossa democracia?
Vivemos momentos difíceis, o que por vezes tira alguma clarividência aos nossos julgamentos e é necessário diagnosticar o cerne do mal que padecemos. Está mais do que provado que apenas 1% da população portuguesa teve até hoje oportunidade de escolher o senhor que se senta em S.Bento, em cada eleição desde o 25 de Abril. A forma como estão escolhidas as pessoas é automaticamente a antítese do que seria uma verdadeira democracia. Ainda por cima, a bipolaridade esquizofrénica das nossas opções, ainda mais limita as hipóteses de colocarmos ali alguém que não seja fabricado e formatado, pelos aparelhos partidários.

A partir do momento em que começamos a sofrer na pele,  as vicissitudes desta crise profunda, todas as pessoas escolhidas por estes dois partidos para representar a vontade do povo nas urnas são logo estigmatizadas, ou seja, ficam registadas com o crivo de inconsequentes, corruptas, de estarem ligadas a grupos económicos, mentirosas, etc..., simplificando, características nada abonatórias para o normal desempenho a que foram destinadas. E o povo não se costuma enganar, mais cedo ou mais tarde os buracos começam a aparecer. Começamos a duvidar da própria Constituição, interrogamo-la constantemente, porque já nem essa consegue defender-nos das atrocidades cometidas.

 Toda esta geração que vive no desemprego, em trabalhos precários, que foi obrigada a emigrar ou ainda aqueles que estando a estudar não vislumbram qualquer perspectiva de uma saída com futuro, esses mesmos estão a acordar e passa por eles uma mudança de paradigmas. Temos de mudar de modelos e no entanto fazer por preservar os valores de Abril. A juventude, penso que terá aqui uma palavra essencial neste processo contra os poderes instituídos. Por tudo isto, cada um de nós deveria agir já, antes que seja tarde demais e estar presente nesta manifestação.