quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Willy Ronis

                                        " Pequeno parisience".(1952) /Rapho/ Eyedea/ Contacto

                                            "Boulevard Verbena " (1947)/Rapho/ Eyedea/ Contacto

                                 "Cruzamento da  Rue Vilin/ Rue Piat " (1959)/Rapho/ Eyedea/ Contacto

                                          " Os apaixona dos da Bastilla" (1957)/Rapho/ Eyedea/ Contacto

                                              " Chuva na Place Vendome " (1947) /Rapho/ Eyedea/ Contacto

Na sequência da apresentação dos Grandes Mestres de Fotografia, Willy Ronis é um vulto muito especial e que me agrada por diversas razões. A primeira das quais, porque se trata de um homem de esquerda, que lutou sempre contra os despotismos, o fascismo, e a ganância do poder. Depois porque é um humanista de mão cheia e a terceira razão porque retratou Paris, de uma forma ímpar e eu sou um apaixonado por Cidade das luzes. Willy Ronis, nasceu precisamente em Paris, em 1910, o seu pai era fotógrafo, mas ele não quis seguir as pisadas do progenitor , pelo menos na sua juventude. Optou pelo desenho e pela música. Mas foi sol de pouca dura, já que teve de recorrer em 1932 ao estúdio do pai, fotografando de início  casamentos e baptizados. Por lá se manteve até à morte deste em 1936. Com o avanço do fascismo pela Europa, começou a usar a fotografia como arma de luta. Foi colaborador da resistência durante a ocupação nazi, e publica nesta altura as suas primeiras imagens na imprensa. Em todas elas, está bem patente a sua preocupação em mostrar uma forma de reivindicação social e as ideias de esquerda. No final da 2ª Grande Guerra e após o seu casamento, o trabalho que produz começa a ser reconhecido mundialmente, imagens do regresso dos prisioneiros  que escaparam aos campos de concentração nazi, foram publicadas na Point de Vue, Time, Life  e Picture Post. Filiado no Partido Comunista Francês, tornou-se amigo do poeta Luis Aragon. Por essa altura continuava a retratar as manifestações, as greves e as ocupações fabris. Um desses exemplares, de carácter sindical, foi publicado nos Estados Unidos, acompanhado de uma crítica depreciativa, o que lhe provocou desagrado. Reagiu, comentando o seu  ponto de vista sobre a "imprensa imperialista". A partir daí, o seu nome entra na famosa "lista negra" e a imprensa "anglo-saxónica" prescinde da sua colaboração.

Passa por uma fase de esquecimento e na década de 70, a revista Photographe resgata a importância da sua obra. Em 1980, foi nomeado presidente honorário da Associação Francesa de Repórteres Fotográficos. Em 1983, Ronis legou o conjunto da sua obra ao Estado francês.