quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O esplendor da autocracia


"...É proibido não rir dos problemas                                        

Não lutar pelo que se quer 
Abandonar tudo por medo
Não transformar sonhos em realidade
Ter medo da vida e de seus compromissos
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro..."


     - Pablo Neruda 





   - Mais uma vez, neste meu espaço, sou obrigado a bater na mesma tecla. Angola continua a querer ter lugar à  mesa dos países, ditos democráticos. Continua a afirmar que realizam eleições livres de tantos em tantos anos. Continuam a ter usufruto de uma série de benesses a nível internacional, como se não tivessem no seu poder, um senhor que viola, os mais elementares direitos humanos do seu próprio povo. Pergunta óbvia, não existem formas de pressionar, a nível da Comunidade Europeia ou mesmo na ONU, o senhor presidente da Republica (????) de Angola?

  - Já para não falar do inenarrável Ministro dos Negócios Estrangeiros português. Cada vez que abre a boca ou interfere num assunto delicado, resulta naquilo que todos receiam. Por outro lado, como é evidente, não convêm levantar muita poeira, não vá a filha do dito senhor Eduardo dos Santos, entrar por aí dentro e dar-nos um "raspanete". A nível político como económico, estamos esclarecidos, eles vão-se fazer de mortos. Só que, apesar do controle que existe nos bastidores editoriais dos média, por parte de grupos económicos com vastos interesses em Angola, a tomada de posição do luso-angolano Luaty Beirão veio complicar a missão da comunicação social portuguesa. Estão um pouco "perdidos", porque não existe maneira de não dar destaque a este assunto. 

   -As vigílias sucedem-se, cada vez com mais gente e esta situação faz-me lembrar aqueles dias de luta por Timor. Foram jornadas de luta que eu nunca esquecerei, quando  a nossa força chegou bem longe. O povo português falou a uma só voz e tivemos sucesso, ajudámos a garantir a libertação de uma nação. Desta vez, a realidade é outra, os agentes políticos tanto em Belém como em São Bento é o que todos sabemos, infelizmente e  o que está em causa, é a libertação de um grupo de pessoas que "conspirava" contra um denominado governo democrático. Espero que Luaty e companhia, não lhes  esmoreça esta vontade de denunciar um regime autocrático e corrupto, que tal como Neruda um dia disse, não abdiquem de ..."tornar os seus sonhos em realidade..."