terça-feira, 6 de setembro de 2011

Serviço Nacional de quê?


Lanço aqui um desafio que muitas pessoas irão compreender, dadas as circunstâncias. Que tal fazermos uma petição no facebook, para tornarmos possível fazer um transplante urgente do cérebro deste senhor ministro da Saúde?- Extraíamos a sua vertente 100% economicista e em seu lugar colocávamos lá um espírito mais humanista, que no mínimo percebesse deste assunto, alguém com experiência comprovada nesta área sensível.
Quando ouvi as suas declarações sobre a necessidade de reduzir os transplantes por razões económicas, penso que não existam palavras para descrever a minha perplexidade!?- Já desconfiava de que medidas como esta iriam surgir, dado que estamos perante um senhor formado em Organização e Gestão de Empresas, Director Geral do BCP entre 1993 e 98 e que pertenceu à Direcção Geral de Impostos em 2004, quando a Manuela Ferreira Leite era Ministra das Finanças. Portanto com um perfil destes, este senhor percebe tanto de Saúde como a Ministra Cristas percebe de Agricultura. Que existem áreas na Saúde que importa levarem cortes orçamentais urgentes, acredito que sim. Mas nos transplantes????
Mas o PSD cada vez que chega ao poder, já nos habituou a estas fugas à realidade. Lembro-me do caso dos hemofílicos com a Leonor Beleza, uma das páginas mais negras da justiça portuguesa, por falta de coragem no momento da decisão. Lembro-me também, daquela precipitada manobra do Ministro Luís Filipe Pereira, no Governo de Durão Barroso que de repente quis acabar com as listas de espera para intervenções cirúrgicas, cometeram-se aí "atrocidades" por falta de ponderação e sentido de responsabilidade.

O cerco aperta em redor daqueles que não tendo possibilidade de recorrer ao privado, têm de "engolir" estas propostas alarves que vão sendo cometidas por senhores que nunca tiveram contacto com a realidade do Serviço Nacional de Saúde e que impunemente vão decretando tudo o que lhes passa pela cabeça. O nosso Primeiro(s) Passos vai continuar a afirmar que o caminho até 2013 vai ser muito difícil, mas eu pergunto mais uma vez. Difícil para quem?- Para os mesmos de certeza, porque o Grupo Mello continua as suas negociatas neste sector da forma que mais lhes convêm. Os 10 Hospitais que o Governo pretende construir no âmbito das chamadas Parcerias Público Privadas abrangerão mais de 1/4 da população portuguesa dentro de 4 anos e nessa altura o nosso SNS não será mais do que uma sigla sem sentido nenhum.