terça-feira, 19 de março de 2013

Não há ronha que envergonhe o FMI.

Passa pela cabeça desta gente, que podem fácilmente mexer nas economias dos cidadãos sem qualquer problema? -Só porque, por decreto, decidiram ir aos bancos, tirar uma percentagem sobre as contas depositadas. Ensandeceram de vez, ou estão completamente conscientes que seria assim fácil, só porque tinha a chancela da Troika?
Apesar de ser, um pequeno País, com pouco menos de um milhão de pessoas, o Chipre soube reagir a este "roubo" e o Parlamento acaba de reprovar tal medida. Os números são de uma violência atroz e cada europeu deve ter-se sentido atingido. Olha se isto acontecesse no meu País intervencionado, como reagiria?

Estas propostas, vão de certeza dar razão a todos aqueles que sempre acharam estes senhores da Troika, um pouco como experimentalistas de um novo conceito de Europa reduzida a uma ditadura económica, centrada nas ideias dos mais fortes sobre a efectiva inoperância dos mais fracos. Mais uma vez, lembro-me da letra e música do sempre lúcido, José Mário Branco, " FMI". Nunca foi tão actual, basta mudarmos os protagonistas, porque a história repete-se e a credibilidade, é a mesma.


Cachucho não é coisa que me traga a mim..."FMI
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece

 o cheiro do pilim
Distingue bem o Mortimor do Meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu 'attaché-case' sai a solução!
FMI Não há graça que não faça o FMI
FMI O bombástico de plástico para si
FMI Não há força que retorça o FMI
Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo saco
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder
Batendo o pé na casa, espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!
FMI Não há truque que não lucre ao FMI
FMI O heróico paranóico hara-kiri
FMI Panegírico, pro-lírico daqui
Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!
FMI Não há lenha que detenha o FMI
FMI Não há ronha que envergonhe o FMI
FMI ..."