quarta-feira, 4 de junho de 2014

Man Ray

                                                       Lagrimas(1932)


                                          O violoncelo de Ingres(1924)



                                                             Sem título(1930)

                                                          Preto e Branco(1926)
                                                                  O beijo(1930)


                                                              A oração(1934)
Continuando com esta minha apresentação, mestres da fotografia, hoje trago à memória, um americano que amava a pintura, mas recorrendo à fotografia para financiar a sua paixão, acabou por se notabilizar com as inovações que empreendeu com a manipulação da luz sobre o papel fotográfico. 

Nasceu em Filadélfia em 1890, começou a pintar aos cinco anos e desde logo, os pais de origem judaica, oriundos da Rússia, aperceberam-se que o seu filho ingressaria no mundo das artes. Muito jovem foi para Nova Iorque, aonde frequentou a Academia Americana de Desenho.Aí mesmo, começou a aperceber-se de algumas influências europeias. Em 1914, aventura-se no mundo da fotografia e o seu experimentalismo começa a dar nas vistas, com técnicas muito sui generis. Neste mesmo ano,casa-se com a poetisa belga, Adon Lacroix, com quem partilhava o gosto pelo surrealismo. Em 1915, realiza a sua primeira exposição na David Gallery em Manhattan e conhece Marcel Duchamp, com quem funde o movimento dadá nova-iorquino. Um movimento, aonde o absurdo impera a par da irreverencia, combate as formas de arte institucionalizadas,uma critica premente sobre o consumismo ou o capitalismo e ainda uma utilização diferente dos objectos para produzir novos conceitos de arte.

Em 1920,muda-se para Paris, afinal o sítio certo, para um homem visionário como Man Ray. Mas mesmo aqui, na capital das luzes, as suas novidades estéticas não foram bem aceites pelo mercado. Mais uma vez  teve de recorrer ao retratismo. Entre outros, fotografou, Jean Cocteau, Gertrude Stein, René Clair, James Joyce,etc... Em todo este ambiente, o surrealismo estava sempre muito presente nos trabalhos que apresentava, mesmo no campo da 7ª arte, aonde entre outros filmes, produziu "L´Étoile de Mer"(1928).

Por motivos evidentes e sendo filho de quem era, abandona Paris durante a Grande Guerra e regressa aos Estados  Unidos,onde dá aulas e desenvolve novas realidades expressivas na fotografia, criando imagens abstractas. Nunca deixou de inovar e traçou sempre uma linha disforme em função do que seria a normalidade. Desenvolve a sua arte, a Rayografia, ou fotograma, criando imagens abstractas (obtidas sem o auxílio da câmara) mas com a exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.Em 1951, regressa a Paris e em 1963, publica a autobiografia  Auto-Retrato.    Viria a falecer em 1976 com 86 anos, nesta mesma cidade.