terça-feira, 23 de março de 2010

Programa Encomendado aos Coreanos


No final da semana passada achei algo de muito curioso no Jornal Público. Exactamente na mesma página vinham duas notícias sobre finanças, ambas diziam respeito a medidas tomadas perante a crise económica que não poupa qualquer nação neste mercado global em que nos tornámos. Por um lado temos a Coreia do Norte liderada por Kim Jong-li que na sua doutrina comunista enclausurada numa teia montada de forma a concentrar em si todos os poderes. Todas as conexões rumam a uma mesma "fantasia paranóica" controlar tudo e todos, movendo os seus cordelinhos a partir do palácio em Pyongyang. Agora mesmo, prepara-se para deixar o poder devido ao seu débil estado de saúde, doando ao seu filho e herdeiro o poder na Coreia do Norte!- Mas a notícia, trata de mais uma daquelas medidas que já não lembram a ninguém, mas acabam por não surpreender vindo deste déspota. Mandou executar na forca um senhor de nome Pak Nam-ki, o responsável até agora das finanças. Serviu como "bode expiatório", porque uma das reformas que implantou para reduzir a inflação no País resultou ao contrário e a moeda desvalorizou assustadoramente. Para grandes males, grandes remédios e lá enviou o ministro para o cadafalso.
Por outro lado, na mesma página temos mais uma noticia do nosso ministro das Finanças que se propõe estabilizar a nossa economia até 2013, através de um PEC que já foi elogiado pelo FMI e pela Comissão Europeia. As perspectivas são amargamente negras, os analistas caseiros conseguem esmiuçar as medidas como sendo pouco ambiciosas e penalizadoras das classes sempre mais sacrificadas nestas crises. As agências financeiras internacionais prevêem um crescimento da economia bastante modesto, mas Teixeira dos Santos contrapõe afirmando que as metas serão atingidas se estas medidas forem aprovadas. Mas se realmente estivermos a caminho de uma situação parecida com a "tragédia grega"?- Será que este responsável também será penalizado?- Não de uma forma extrema como na Coreia mas se calhar eu iria propor, talvez um decreto que não permitisse que este senhor jamais conseguisse um "tacho"... desculpem, não era isso que queria dizer, um cargo público.