segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Voluntários da esperança.

                 Vivemos numa sociedade cheia de pressa. Vivemos num mundo aonde procuramos utensílios para nos facilitar a vida, cada vez mais. Vivemos uma realidade virtual, porque nos apetrechamos de maquinetas que nos deveriam sentir próximos, mas cada vez estamos mais longe uns dos outros. Passamos perto, mas recusamos olhar, com olhos de ver. Apenas, passamos e vamos tratar dos nossos mundinhos.  Temos muitas teorias acerca do que nos rodeia, o que é certo e errado. Temos soluções, mas não passam de meras intenções, porque é difícil olhar para o lado e agir. Digo-vos isto, porque nem sempre é  assim, felizmente para a nossa consciência global. Os voluntários que neste momento se deslocaram do conforto asséptico dos seus cantinhos, para uma zona de alto risco no coração da disseminação de um vírus altamente perigoso, são dignos de não serem incluídos, neste "nosso planeta".
                Apesar das suas protecções, contra o risco de contaminação, estes senhores e senhoras tentam, que através daquelas máscaras, se consiga transmitir alguma forma de humanizar e confortar estas pessoas contaminadas,assustadas e dilaceradas. Estes gestos universais e que muitas vezes pensamos serem  fáceis de cumprir, são nesta especifica situação limite, necessitadas de alguma formação, que as possa ajudar no terreno a agilizar naturalmente o contacto com as vítimas. Assisti com agrado a um documentário da BBC World, sobre este treino dado a médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar,etc... que me deixou impressionado, pelo facto da exigência que é necessário pedir aos voluntários, de forma a que estes, estejam preparados para enfrentar situações extremamente difíceis. Não basta a boa vontade, no nosso quotidiano, não temos forma de nos preparar para estas realidades. Temos faculdades para o fazer, mas precisam de ser exercitadas.
                                 Estes voluntários, são a par de muitos outros, noutras partes do mundo, a réstia de esperança de que ainda existe formas de nos sentirmos humanos e de não ficarmos eternamente a olhar para o umbigo.