terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Bom Tempo no Canal.

-Porto Pim na Horta-
-Vulcão dos Capelinhos-
- Ilha do Pico-
-Vista sobre a Horta-

-Farol junto aos Capelinhos-
-Caldeira-


..."Dentro da nossa cidade
Há um recanto risonho
Que na minha mocidade
Passava tardes de sonho..."

José Cunha Lacerda
"Radiografias dos Tempos e das Pessoas"

A cidade que se fala neste poema é a Horta no Faial. Os recantos risonhos eu passei por alguns deles no principio de Dezembro e testemunhei o aconchego destes lugares. A mocidade referida é a de um ser humano extraordinário que eu tive o prazer de conhecer, que conta nos seus 93 anos uma devoção pela sua terra natal como é raro de se assistir. As tardes de sonho é muito fácil de compreender, basta visitar esta ilha e assistir ao vivo àquilo que a Natureza moldou ao longo de milhares de anos. Este pequeno excerto do poema "Praça da Republica", integrado no livro acima indicado, foi publicado em 2005, mas no presente está na forja uma nova obra que mais uma vez indicia uma homenagem a esta ilha e ás pessoas que coabitaram com ele ao longo de quase um século cheio de peripécias. A lucidez deste senhor, a par da monumentalidade da Caldeira ou o silêncio que se sente nos Capelinhos, são marcos que não vou esquecer desta minha viagem.


Quando viajava com um familiar junto à praia do Norte , numa zona com menos densidade populacional,e passando por umas habitações junto à estrada, lembro-me de ter reflectido sobre a possibilidade de morar aqui, longe de tudo. O que seria?- Longe das crises, longe dos corredores do poder, longe dos telejornais, longe do rebuliço dos pequenos problemas que nós tornamos ridiculamente grandes, longe das hipocrisias que fingimos não dar conta mas que afinal temos de cometer para sobreviver neste mundo e apenas reaprendermos a escutar a voz da Natureza, realizando a sua obra, à nossa volta. Prestarmos atenção com olhos de ver. A Ilha do Faial desperta-nos os sentidos e faz-nos sentir bem.