segunda-feira, 22 de junho de 2009

Leite Derramado

1975
(pimeira vesão")

Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim

Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim

-Aproximam-se as férias, e eu pensei aconselhar o ultimo livro que li, de uma pessoa que sempre aprendi a admirar. Chico Buarque acaba de publicar o seu terceiro livro, "Leite Derramado". A narração por parte de um personagem, da sua vida, dos seus antepassados, as suas origens. Uma história linear que nos conta a história do Brasil dos últimos dois séculos.Um romance que se desfolha de forma vertiginosa, tal é a facilidade de despertar a nossa curiosidade no epílogo.
-Logo a seguir à nossa Revolução dos Cravos, este senhor fez-nos o favor de nos homenagear com aquela bela canção de saudade, optimismo e vontade de vencer que foi a famosa "Tanto Mar". Em 1975 o povo brasileiro debatia-se ainda com essa terrível praga (principalmente no Centro e Sul do Continente americano)que davam pelo nome de Ditaduras Militares, este senhor, num espectáculo ao vivo no Canecão com a Maria Betânia, lançou este hino de liberdade que logo prontamente foi bloqueado pela Censura. Nós, passados 35 anos não cumprimos com todos os designios de Abril, mas cá continuamos a lutar por uma festa maior, pá!!!