terça-feira, 22 de setembro de 2009

A menina e o cão.

Aprendi a gostar desta senhora, após ter assistido a um documentário sobre a sua obra, em que ela intervinha, explicando os seus trabalhos. Reconheço que conhecia mal o seu trabalho, mas logo fiquei interessado, dado que as explicações eram de uma ingenuidade confrangedora. Depois de se conhecer minimamente o seu espólio, ainda fiquei mais desconsertado com as teorias e os porquês?
Paula Rego conta as suas histórias de uma forma muito fria e directa, desmistificando o conceito de beleza feminina, dando a essas personagens rostos masculinizados ou reproduzindo na tela uma clara fantasia sexual de uma forma ingénua. Sem jogo de escondidas, transforma fábulas seculares, com base em autores britânicos, (clara influência da sua escola de formação) em imagens cruas e complexas. Existe surrealismo nalguns quadros, aonde procura na minha opinião criar uma mensagem simples através de sequências fantasiadas, como por exemplo a combinação da bestialização dos humanos e a humanização das bestas ou a interpretação de situações comuns de relações familiares em geniais peças, aonde não se distingue quem representa o quê?- Mas depois ela vêm explicar todo este cenário de uma forma linear e "naif" que nos arrasa,http://www.youtube.com/watch?v=4bjFmReB37c.
Esta semana inaugurou uma bela "Casa de Histórias" ali para os lados de Cascais com uma exposição desta pintora que vale a pena conhecer, eu fui até lá e adorei. Sabe a pouco, mas é um belo espaço de cultura.