Enquanto na capital, comemoravam pela ultima vez a Republica, eu rumei a norte.Exactamente à região de Aveiro.
Um belo passeio de moliceiro na ria de Aveiro
..." Vão no longe moliceiros
De asas brancas, a voar,
Ao vento, leves, ligeiros,
Por sobre a ria a singrar.
Vão no longe moliceiros
De grandes velas a arfar..."
Poema: Amadeu de Sousa (in Colectânea Poética)
As imagens não fazem justiça à beleza deste local. O Buçaco era daqueles lugares que nunca fomos, mas que toda a gente diz maravilhas, portanto a minha expectativa era enorme. Superou tudo o que eu esperava!
Sem dúvida que o local foi talhado por transformações ao longo dos séculos, mas o virtuosismo de um lugar muito especial, nunca foi beliscado. Que bela manhã, meus amigos.
Cedros, ciprestes, abetos, sequóias, tílias, ulmeiros, loureiros, faias,
fetos gigantes, acácias e freixos, provenientes da América, da
Austrália, dos Himalaias ou de tantos outros locais do Mundo, foram
plantados e cuidados por gerações de monges Carmelitas Descalços que
viveram em clausura e contemplação por mais de 200 anos, entre 1630 e
1834, neste magnífico altar da Natureza, sagrado e protegido por bula do
Papa Urbano VIII de 1634.
Com a descoberta de todos estes recantos, vamos cada vez mais tendo a certeza de que vale a pena lutar por dias melhores, afinal de contas, deixaram-nos este legado, que não merece ter estes indecorosos timoneiros.