sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A lei do cacetete.

Inspecção-Geral não abriu qualquer processo sobre actuação da PSP na greve geral

A Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) não abriu qualquer processo de averiguação à atuação da PSP na manifestação do dia da greve geral, indicou hoje aquele organismo, numa resposta enviada à agência Lusa.

Na manifestação do dia de greve geral, alguns manifestantes tentaram, durante o protesto que decorreu frente à Assembleia da República, subir as escadarias do edifício, o que motivou a intervenção policial, da qual resultou a detenção de sete pessoas e ferimentos num polícia e num fotojornalista.

Também foi posto a circular um vídeo na Internet que mostra um agente da PSP à civil alegadamente a bater num cidadão estrangeiro, um alemão de 21 anos que está acusado de ofensa à integridade física qualificada e resistência e coação sob funcionário, julgamento que vai decorrer em processo comum.

Na altura, a direcção nacional da PSP abriu um processo interno de averiguações, não existindo ainda conclusões.

Entretanto, a Procuradoria-Geral da República anunciou que vai analisar os documentos e a participação recebida do advogado Garcia Pereira, que pediu para ser aberto um processo criminal à atuação de alegados "agentes provocadores" da PSP na manifestação de 24 de novembro.

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, já elogiou várias vezes a atuação policial naquele dia.

A IGAI informou agora que “não foi determinada abertura de processo sobre a matéria”.

Retirei na integra esta noticia do Jornal i. Apenas gostaria de saber, qual a opinião dos que continuam acomodados a esta situação?- Lembro-me da manifestação silenciosa de alguns membros das Forças da Policia de Intervenção, ainda à pouco tempo junto ao Palácio de Belém. O que aconteceu após esse acontecimento?- O governo aprovou um pacote de medidas, no sentido de satisfazer as reivindicações exigidas nessa noite! O pensamento é lógico, senão mantemos estes senhores satisfeitos, quem nos irá defender?


Não importa se criaram excepções às leis vigentes, importa sim, lembrar aos portuguesinhos que a força supera a razão. Este Governo declarou publicamente que irá fazer tudo para cumprir os objectivos e compromissos com a Troika, nem que para isso tenham de suspender a democracia durante os próximos tempos, tal como Manuela Ferreira Leite já tinha sugerido no seu tempo.

Em Espanha com o Movimento de Indignados, existiram provas evidentes de policia infiltrada no seio das manifestações, nomeadamente em Barcelona, Aqui, foi evidente a mesma forma de actuar por parte da PSP, a agressão na Calçada da Estrela foi documentada ao vivo até à exaustão, as supostas tentativas de subir a escadaria de S.Bento foram perpetradas por policias à paisana (fotos documentam esse facto!) e mesmo assim a IGAI não abre processos e o Ministro Mancebo ainda vêm elogiar a forma de actuar dos seus homens, já satisfeitos com os benefícios que reclamavam.

Nós podemos continuar a concordar ou a discordar com a forma como alguns indignados se possam ter excedido na sua forma de manifestar, mas sem dúvida que quando o Primeiro Ministro vêm a publico declarar que estão atentos a manobras estranhas de alterar a ordem pública por parte de grupos radicais, quando a própria policia noticia o controle apertado a movimentos estranhos ao normal funcionamento da democracia, é porque existe uma tentativa de pressionar a opinião pública para estar atenta a algo que venha a acontecer e que justifique a violência com que reprime todos aqueles que apenas desejam manifestar-se ordeiramente. Se calhar, até é capaz de ser melhor não sairmos de casa, dessa forma iríamos cumprir com a vontade destes senhores que se dizem representantes do povo nesta pseudo democracia.Senhor Ministro da Administração Interna, após este episódio, deixe-me que lhe diga, o senhor têm cócó na fralda!