quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Poder, "podemos", mas mais tarde!

                  -Definitivamente a vida não está fácil para os eleitores da velha Europa. Esta nova força política em Espanha, vêm baralhar a habitual troca de poder entre o PSOE e o PP. O Podemos resulta de uma larga maioria da população, o 15M  que encontrou nas ruas, a forma de contestar as políticas seguidas, por Governos dos dois partidos dominantes no país vizinho. Todos se lembram do acampamento feito na Praça del Sol, em Madrid, durante muitas semanas e as consequentes manifestações de apoio. O mesmo género de movimentos já se verificaram na Grécia, Itália e França, com resultados significativos nas eleições. Estes fenómenos, não são, de maneira nenhuma, inéditos na recente história europeia. Sabemos, que em tempos de crise, surgem invariávelmente, estes movimentos, que cativam os insatisfeitos, os pessimistas, os indecisos, etc... movimentos esses,que geralmente tocam os espectros políticos, da esquerda à direita.

                   -Em França, os execráveis Le Pen, que ressurgiram com a força suficiente, para garantirem protagonismo em qualquer eleição que se apresentem. Da mesma corrente ideológica, os gregos do Aurora Dourada, que já tiveram a sua oportunidade, mas que felizmente, souberam dar o tiro no pé, para assim, como surgiram, depressa se reduziram à sua importância.Na Grécia surge em 2004 o Siriza, que à semelhança do nosso BE, junta alguns pequenos partidos de extrema esquerda e consegue ao fim de 10 anos, ultrapassar os partidos tradicionais e culmina com uma vitória, nas recentes eleições Europeias. Uma aposta do povo grego, que se têm revelado consistente e promete outras políticas, caso se torne uma opção governamental. Beppe Grillo, afinal não liderava um partido em Itália, aonde a sua meteórica ascensão, sucederia, um rápido ocaso. Ele ai está, muito presente na tentativa de fazer políticas diferentes, mesmo sabendo que devido à sua aversão à comunicação social generalizada e por isso mesmo ostracizado pela mesma, continua a optar, comunicar através da net, continuando a fazer-se entender. Sabemos, por experiência própria, das ligações pouco claras entre os partidos do arco da governação e as suas linhas de influência, nos principais órgãos dos mídia. Em traços largos, estes serão os partidos que terão, a nível europeu, arrecadado a insatisfação dos eleitores nos partidos cinzentões, do centro direita e centro esquerda. Podemos, poderá ser uma lufada de ar fresco, tal como algumas outras soluções a nível europeu?-Noutros tempos, estes movimentos que acolheram a preferência dos insatisfeitos, não deram bom resultado, antes pelo contrário, foram causa de muitos pesadelos. Uma coisa, eu tenho a certeza, estes "abanões" irão fazer com que os actuais lideres políticos, repensem a sua forma de actuar, vejam o que está a acontecer, hoje em dia na Itália.

               - Quanto a Portugal, temos de esperar e ver o que acontece, inevitavelmente, teremos algo semelhante, mas muito mais tarde. Tudo chega tarde e a más horas, temos os mesmos sintomas de descontentamento mas o Marinho Pinto não preenche o mínimo de requisitos para liderar este género de contestação. Poder, "Podemos", mas mais tarde.