sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Não!

                         Tenho recorrido várias vezes neste blogue, a cartoons, para ilustrar de uma forma clara, a forma como desejo, passar as minhas ideias. Penso nesta altura, que esta forma de nos expressarmos, esteja na ordem do dia. Charlie Hebdo, um homem que sempre demonstrou, não ter medo de se expressar, da forma como todos conhecemos, morreu realmente de pé e assim irá permanecer nas nossas consciências. De joelhos, continuam a estar, as formas de jornalismo que dependem de grandes grupos económicos e interesses dúbios.
                     
                          Este sinal de cobardia, dado por fundamentalistas desesperados, prova de uma forma irrefutável, que na ponta de uma caneta pode estar uma arma mais eficaz do que muitas políticas de dissuasão ineficazes. Mesmo numa altura de dor e que nos remete para uma situação de união, contra estes jiahdistas inclassificáveis, não podemos afirmar que somos todos Charlie!

                        Por duas razões, muito claras. A primeira é que me considero uma pessoa de esquerda e não gosto que certas pessoas possam imiscuir-se num movimento de solidariedade, que não sentem de verdade. A segunda, esta imagem do jornal de Hebdo, que ilustra bem a sua opinião sobre a Frente Nacional. Ainda por cima, a sua líder, vai aos poucos revelando, em situações pontuais, a sua apetência por atropelar com a maior das naturalidades, os principios básicos dos direitos humanos. O apelo à reintrodução da pena de morte, na sequência dos factos ocorridos, é sinal das suas ideias claras sobre a organização de uma sociedade mais justa.

                        O que nos conforta, é que os jornalistas que conseguiram escapar desta carnificina, irão agora reagrupar-se e nas instalações do Liberation, irão continuar a lutar. Em nome dos que morreram e por todos nós, que abominamos os extremismos, a hipocrisia reinante e os silêncios cobardes!