quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Dave Brubeck

Hoje não podia deixar passar a oportunidade de prestar a minha grande homenagem a um músico que aprendi a admirar. Faleceu hoje um grande mestre do Jazz e um homem cuja simplicidade sempre o guindou a um patamar de excelência. "Take Five" (vídeo em cima), foi sem dúvida a sua grande imagem de marca, mas as quase 250 melodias que produziu, deixam um legado inestimável.

Nasceu em 1920 na Califórnia, aprendeu piano aos 4 anos, alegando ter dificuldades de visão, evitava as partituras e sempre foi muito autodidacta. Participou na Segunda Grande Guerra sob o comando do mítico General Patton, teve algumas incursões numa orquestra da Cruz Vermelha, aonde tocava em vários espectáculos para as tropas. Foi o primeiro músico de Jazz branco a aparecer na capa da Revista Time, em 1954. Era contra a vigente segregação racial e a sua música transpunha barreiras que de outra forma seria difícil de alcançar, foi pioneiro em clubes exclusivos de negros, acompanhando nomes como Duke Ellington, Ella Fitzegerald, etc...

"Take Five", foi só o single de Jazz mais vendido de sempre, foi um dos poucos a tocar para 4 Presidentes norte americanos, a sua reputação estendeu-se de uma forma viral por causa da forma descomplexada e simples como desconstruía o Jazz, conotado como algo de muito enigmático e difícil de entranhar no público em geral. O Quarteto Dave Brubeck, com Paul Desmond, Eugene Wright e Joe Morello, foi a formação que mais vincadamente marcou a sua obra, iniciaram esta aventura em 1951, terminando em 1967. Mais tarde, ainda viria a tocar com os seus três filhos entre 1971 e 1976. Aliás foram os seus filhos que em 2009, numa homenagem que a Casa Branca prestou a este grande vulto da cultura norte americana, tocaram nas vésperas de ele completar 90 anos.

Ouço muito Brubeck  e hoje nas vésperas de ele completar 92 anos, fiquei com a sensação de que o Jazz perdeu um dos seus maiores expoentes. Paz à sua alma.