sexta-feira, 15 de março de 2013

Populus Lapsus Linguae.

Nada como colocar um título em latim para celebrar  esta semana o Chico Primeiro. Mas não vou falar da igreja.É impressão minha, ou cada vez andamos mais preocupados com as medidas futuras deste Governo e esquecemos completamente a via do calvário que percorremos até aqui?

Os portuguesinhos anseiam por saber a revelação. O que decidiram aquelas três criaturas vindas de uma Troika longínqua, junto do nosso Gaspar. O segredo mais bem guardado, dos 4 mil milhôes. Pouca gente faz as contas às alterações já introduzidas na lei laboral a par da implementação de programas para combater o flagelo nacional, o desemprego. Essa cruz que Passos carrega nas suas costas e não deixa dormir o Relvas. O povo diz, e com razão, que em enquanto o pau vai e vêm, folgam as costas, mas neste caso, ainda estamos a  digerir a pancada,  já estamos com outra no lombo.

Era importante, para começar, não nos deixarmos levar pela ladainha do executivo, quanto ao legado que o PS nos deixou e blá...blá...blá... afinal de contas os senhores já estão no poleiro à cerca de 2 anos. Para não me dispersar muito, apenas irei focar-me na alta percentagem de desemprego jovem revelada recentemente pelo INE, os insignificantes 40%!
Vamos rebobinar a fita e recordar um passado recente.

Relembro um programa de iniciativa governamental, lançado em Março de 2012, com o charmoso nome de "Plano Impulso Jovem". Através (mais uma vez) de verbas comunitárias, consistia na atribuição de bolsas a empresas, que promovessem estágios para jovens e mais tarde garantissem a possibilidade de integração efectiva nos seus quadros. Objectivo este, que abrangeria cerca de 90 mil jovens. Iriam criar também um passaporte  para primeiras oportunidades de inserção no mercado de trabalho, também direccionado aos jovens. Os objectivos foram traçados e os resultados, passado um ano, estão à vista de todos.

Depois em Agosto, vieram as ajudas directas aos empresários. As alterações introduzidas no código de trabalho, visavam dinamizar  a criação de emprego. Relembro algumas delas, para não ser muito exaustivo:


  • Diminuição, em 50% na remuneração de feriados a par da eliminação posteriormente de alguns.
  • Redução drástica na remuneração de trabalho extra.
  • Mais facilidade em despedir, criando uma cláusula de inadaptação ao posto de trabalho.
  • Diminuição dos montantes compensatórios e do número de dias para cálculo de indemnizações por despedimento.
  • Redução da TSU para as entidades empregadoras.
  • Eliminação de três dias de férias, que compensavam o trabalhador pela assiduidade no ano anterior
Enfim, um conjunto de medidas que ao fim e ao cabo acabaram por dar os seus resultados. Aonde é que são visíveis?- Acho que todos os portuguesinhos poderão facilmente responder a esta questão. No bolso de todos aqueles que já estavam muito bem na vida.

O líder da JSD, afirmou um dia destes, que Passos no final da sua governacão (se assim lhe podemos apelidar) terá pela frente duas realidades possíveis. Ou sairá em ombros, ou será escorraçado pelo povo português. Sinceramente, penso que em ombros vai ser muito difícil, pelo menos, por aqueles que vivem neste momento no limiar da pobreza e perderam tudo aquilo que tinham, à custa destas experiências mal sucedidas.