segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O cartaz da autarquia.

Caminhamos inexoravelmente para o segundo resgate, mas o folclore das autárquicas está montado e promete galhofa da boa nos próximos dias. Não temos muitas razões para o riso, mas nesta semana, vale tudo. Ainda não vi o Paulinho das feiras, nas ditas, talvez porque o seu estatuto (e vergonha na cara?) assim o impeçam, mas já reparei que este ano os inúmeros candidatos esmeraram-se nos cartazes. Temos para todos os gostos e feitios, da esquerda à direita, do independente ao envergonhado autarca social democrata, que coloca o símbolo do partido , muito disfarçado, a um canto do placar, até mesmo, ao presidente da freguesia que lança descontos com o patrocínio da empresa X. Vale tudo, para atrair atenção dos portuguesinhos. Na falta de debates televisivos ou "tesourinhos deprimentes", temos umas envergonhadas arruadas e estes esclarecedores cartazes.

Nos últimos tempos tivemos também um festival de comédia, com as peripécias da interpretação da lei de limitação dos mandatos dos autarcas. Lamento dizer, mas da esquerda à direita, também neste caso, só o Bloco não entrou nesta pouca vergonha, porque realmente a dita interpretação, só revela  um apego desmesurado dos partidos políticos ao "tacho" gostoso. Como a confusão do "de" ou "da", veio baralhar os tribunais na tomada de decisões, quem saiu a ganhar, mais uma vez, com esta aberração jurídica, foram os que sempre tiveram o poder nas autarquias locais, quem perdeu mais uma vez?- Exactamente, o povo e a dita democracia. Os partidos tiveram mais do que tempo, para esclarecer esta embrulhada, mas não o fizeram porque conscientemente sabiam do epílogo da questão e que esta beneficiaria os seus compadres.

Por estas e por outras, não vou exercer o meu direito de voto, porque conscientemente, nenhum candidato, na câmara ou freguesia local, mostrou vontade de ocupar a edilidade, sem que tenha o único propósito de encher os bolsos, à imagem de Isaltino Morais, que acabou por ser,  (milagre!!?) "engavetado".