quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Paz no Egeu.

A localização da Grécia sempre foi trespassada por uma confluência de problemas regionais e continentais ao longo da sua história. Como curiosidade, os turcos que sempre foram vizinhos incómodos, (relembro a ocupação turca do seu território durante parte do séc. XIX , a par de outras questões mais recentes, como o Chipre) neste momento estão dispostos a ajudar os helénicos, com base numa economia que respira saúde, ao contrário das dificuldades emergentes dos gregos.Tomo por exemplo uma das áreas mais importantes para os cofres de Atenas, que é sem duvida o turismo. Desde 2008 que as receitas geradas, nesta industria, são proporcionalmente cada vez mais baixas em função da crescente instabilidade social que se faz sentir nas ruas, no entanto, da Turquia chegam boas notícias, porque todos os indicadores apontam para uma afluência cada vez maior de pessoas vindas desse País do outro lado do Egeu, que acabam por deixar vincada a sua prosperidade nas receitas que ali deixam. Existe uma mudança visível de atitude, apesar de que na minha opinião, este fenómeno deve-se essencialmente a uma pequena parte de uma operação de charme, muito mais vasta, para que este País passe a integrar a Comunidade Europeia a curto prazo.

Esta relação entre cristãos ortodoxos e islâmicos nunca foi famosa, basta lembrar a questão do Chipre, agora dominada por um parlamento constituído por gregos, mas aonde a comunidade turca da ilha nunca aceitou esse facto e proclamou mesmo a Republica turca do Chipre do Norte desde 1974, uma situação que não é reconhecida pela comunidade internacional. Só a vontade de adesão à Europa atenua esta tensão permanente.

Com cerca de 33 acordos assinados em 2008 entre as autoridades dos dois países foi completo a maior parte do quadro jurídico das relações em vigor. Os contactos entre eles, começam a ser construídos numa base do respeito e compreensão e antevejo que esta seja uma porta de esperança para o povo helénico. Provávelmente terão que se virar a Oriente, algo que sempre evitaram por razões óbvias no passado, mas agora em função da sua frágil situação e da economia vistosa e sedutora do outro lado do Egeu, acho que será inevitável. Enquanto isso a Turquia continua a lançar o seu perfume pela Europa.

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