A economia do Brasil vai de vento em popa, afinal o legado de Lula, sugeria um percurso mais tranquilo à sua sucessora. O mundo começou a olhar a Terra de Vera Cruz de uma outra forma, uma economia emergente, que dá nas vistas, ao contrário do que acontece, quase em todo o resto do planeta. Longe vão os tempos, aonde a inflação galopante, obrigava os consumidores a verificarem a subida dos preços de um mesmo produto,duas e três vezes no mesmo dia!! -Quem não se lembra da dança das sucessivas moedas, devido a essa mesma inflação. A deterioração de uma, dava lugar a outra.Cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro real e finalmente o real que se conseguiu solidificar com uma série de importantes reformas desde os anos 90.
Agora, por causa de um aumento de 7 cêntimos (???), nos transportes públicos de São Paulo, o mundo desabou? -Será que esta é a verdadeira razão de tanto protesto, ou foi simplesmente o "clic" de um mau estar latente em relação a muitas matérias? -Eu penso que estes tumultos têm origem nas opções de um Governo que têm estado mais preocupado em espalhar pelo mundo, uma imagem de prosperidade, estabilidade e que não têm atendido aos clamores que chegam da rua. As tais infraestruturas sociais mínimas e necessárias, como um bom serviço de saúde e educação, uma boa rede de transportes, a erradicação dos problemas de muitos milhares de brasileiros em situação de pobreza extrema, tudo isto está por fazer...
O último país do mundo aonde eu esperaria ver uma manifestação à porta de um Estádio de futebol, contra a organização desse mesmo evento, seria sem dúvida no Brasil. Isso está a acontecer neste momento na Taça das Confederações e a FIFA (organismo altamente corrupto!!), através de um dos seus responsáveis máximos, vêm afirmar que este povo só reclama porque existe Democracia a mais neste lugar!!!!
Temos de começar a pensar, que os brasileiros afinal nem vão muito "à bola"com os biliôes gastos nesta e nas próximas organizações megalómanas. Quando existe tanto por fazer. Em Portugal tivemos algo de muito semelhante e sabemos o resultado dessas decisões.Depois da festa, alguém têm de apanhar as canas, resultantes do foguetório. Recordo-me de um excerto de uma poesia do grande Carlos Drummond de Andrade, que retrata bem o fim da festa.
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?...
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